segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O MURO


Lamentáveis os muros que construímos entre nós.
Temos muitas histórias em comum, temos tantas lembranças bonitas, tantas afinidades, mas os muros nos separam.
Na história de Romeu e Julieta era assim.
Uma briga entre famílias impossibilitou uma bela história de amor.
O suicídio dos amantes foi uma mensagem que de nada valeu.
A humanidade continua erguendo muros.
Muitas vezes muros de verdade, como no caso de Israel e Palestina.
Mas os muros virtuais são os piores, pois ninguém consegue medir a altura, nem dá pra saber se são eletrificados, se são vigiados, porque virtuais, invisíveis.
Costumam ser guardados por deuses (ou demônios), por políticos, por interesses...
E esses muros são erguidos de forma instantânea, acionados por palavras-chave, palavras que uma vez ditas, não tem volta, mesmo que os contextos as justifiquem.
Os pontos de discórdia são os pontos de vista de quem lê, o lado de lá e o lado de cá do muro, a velha política dualista de quase todas as cidades do interior, os construtores do nosso muro.
E o mais cruel é saber que não tem jeito. Por mais que alguns de nós o recriminemos , existem interesses ($) maiores que nós a quem o muro é de vital importância.
Não tenho dúvidas de que existe muita gente boa dos dois lados do muro e tenho muitos bons amigos dos dois lados. Para mim é muito doloroso perceber a inviabilidade de uma
convivência saudável entre pares tão afins, por causa desse dualismo artificial.
Mas a dinâmica da política é mesmo cruel, não tem o olhar da sensibilidade, temos mocinhos e vilões dos dois lados do muro, o bem e o mal em todas as instancias humanas.
Nós, pobres mortais não temos escapatória...a não ser que deixemos crescer as asas, pra voarmos acima dos muros, acima das nossas políticas mesquinhas, acima das nossas fraquezas humanas.

Para minha eterna Professôra Mariângela, mestra para sempre, pessoa da mais alta qualidade.

3 comentários:

Unknown disse...

Os muros obscurecem as objetivas, limitam as perspectivas.
Cria as verdades do Eu e do contra nós.
O dual se mantém pela cegueira imposta pelos pragmáticos, que hoje dançam aqui amanhã em algures.
Cabe aos bandeirantes com você a missão dos desbravamento.
Sorte! Que venham mais e mais.

guilherme fonseca disse...

Grande Marcos Martino. Eu to aqui meio longe, ontem estava ouvindo o cd Clube da Esquina, do Milton Nascimento, e aquela mistura de world music com jazz e procissao me lembrou voce e Alvinopolis. Nao e muito facil explicar pra um gringo o sentimento que envolve uma pequena cidade, suas criancas, jovens, praca, madrugada, aventuras... Temos sorte de poder viver isso tudo. Voce tem razao, elevemos o espirito pra voar acima dos muros, que muitas vezes so existem pra dar vontade de olhar o lado de la.
Abraco! Parabens pelo blog.

Unknown disse...

Marcos José, que conto mais lindo! Mas qdo cheguei ao final, a emoção foi maior ao ver sua dedicatória do mesmo.Sabe que lá no fundinho tenho uma dor de cotovelo danada porque meus ex alunos não fizeram nem uma quadrinha para mim? Será que Mariângela não produz rima? Desta vez vc massageou meu ego já tão caduco pelos muros e muralhas da China. Beijos, saudade. Obrigada e amo vc apesar da foto de olhar inquisitivo!!!!
Mariângela R.Repolês