terça-feira, 24 de agosto de 2010

TUTU DA RAINHA E LINGUIÇA DO REI

Alguns sonhos Alvinopolitanos venho realizando, mas muitos podem ficar como utopias, eu sei. Mas não tem problema! Vamos lutando contra os moinhos de vento se preciso. Por exemplo, há algum tempo sonho fazer um CD ou DVD com a rica cultura do Congado de Alvinópolis. Fico triste pois não consegui sensibilizar nenhuma empresa local e nem mesmo os dirigentes do Congado a trabalhar nessa empreitada. Considero um trabalho de suma importância. Primeiro por registrar em audio e video uma manifestação cultural e religiosa que nem podemos precisar quando começou. Existem indicios de ter sido há 200, 300 anos atrás. Minha idéia seria contar as histórias, pincelar algumas coisas até sobre a trajetória do povo negro na região e registrar a musicalidade, as batidas dos tambores, as vestimentas, enfim, tudo sobre esse universo mágico que sobreviveu até hoje graças a fé e amor de seus integrantes. Pode ser que nosso congado sobreviva mais alguns séculos e que esse desejo de registrar essa cultura seja apenas um devaneio de um burguês branco ou quase branco, herdeiro da morenice de minha mãe. mas com grande amor e respeito por esse povo e por essa terra. Não perderei as esperanças. Quem sabe não apareça alguma empresa interessada, um fundo federal, alguma luz no fim desse túnel? Quem sabe Nossa Senhora do Rosário não proceda esse milagre? Ó Senhora do Rosário...céus e terra cantam ave...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

BANDA DE RECIFE FALA SOBRE O FESTIVAL DE ALVINÓPOLIS

Nesta postagem, confiram o que disseram os Sicilianos sobre Alvinópolis e o Festival. Vale à pena. Quem quiser conferir a entrevista e mais fotos, entrem no www.babijaqueseossicilianos.blogspot.com

É com imensa satisfação que faremos esse post sobre o 30º Festival de Alvinópolis, MG.


Na tarde da última quinta-feira lá estavam os 4 sicilianos pegando o ônibus para viajar pela primeira vez para Alvinópolis, Minas Gerais, que segundo o google maps, durararia 2h e uns quebrados partindo de Belo Horizonte.


Depois de perguntarmos inúmeras vezes o clássico "Tá chegando?", finalmente chegamos a várias cidades próximas de Alvinópolis que sempre duravam 20 minutos para o nosso destino.


Essa brincadeira durou 5h e meia.


Até que... finalmente ouvímos aquela voz de locutor e chegamos na cidade, descendo do ônibus exatamente no local aonde já estava acontecendo a primeira eliminatório do Festival de Música da cidade. Como o nosso hotel ficava logo na frente, deixamos as coisas e fomos prestigiar e conhecer o evento.


Frio, muito frio. Muito mais frio do que estava em Bh e São Paulo. E agasalhados fomos nos encantando aos poucos com Alvinópolis.


Um cidade pequena, bonitinha, charmosa, limpinha e, principalmente, acolheadora. Nunca nos sentimos tão bem tratados e bem recebidos.


Os organizadores do festival logo que nos viram foram nos receber e saber se estavamos bem. Papo vai e papo vem, acabamos sendo convidados para fazer um show durante a apuração das notas. Boa-vinda melhor não poderia haver.



A segunda eliminatória do festival (em que defendemos duas músicas) começou a tarde. De manhã fomos passar o som e o dia ficou bem mais interessante.




Quando estávamos nos preparando para passar o som, fomos abordados por um admirador da musica pernambucana que chegou cantando "Adeus Recife foi a saudade que me trouxe pelo braço..." e em seguida cantou uma música que não conhecíamos a fundo. Foi quando ele questinou: Vocês não conhecem isso?


A música era nada mais nada menos que da banda de Pau e Corda. Banda em que nosso parceiro Sérgio de Andrade é o vocalista. Apesar da nossa gafe, ficamos eufóricos quando percebemos que se tratava de uma música do serjão e que a Coincidência tinha sido muito grande. A banda de Pau e Corda é muito respeitada e admirada por lá. Todos conhecem e idolatram. Na mesma hora ligamos para o Sérgio para contar.



Depois que passamos o som, algumas pessoa vieram nos elogiar e perguntar sobre a banda. A maioria já tinha lido sobre a banda nos jornais e revistas locais e confessaram que estavam ansiosos para a apresentação da "galera de Recife".

Eu queria contar detalhe por detalhe da viagem... mas vamos logo ao show se não passarei uns 3 dias aqui só escrevendo.



A primeira música que apresentamos foi "A lágrima do Palhaço". A recepção foi surpreendente e emocionante. Os aplausos por todos os lados transformaram o rosto de cada siciliano em um sorriso extenso.


Quando descemos do palco apareceram fãs de todas as idades e de todas as tribos. O carinho era imenso e motivador. Mais uma vez o público mineiro nos contagiou fortemente.



Quando nos apresentamos pela segunda vez cantando "Na onda moderna" esses fatos se repetiram. Vendemos muitos cds e distribuímos muitos autógrafos. Tiramos fotos com muita gente e com a imprensa. Conhecemos muitas pessoas e fizemos muitos contatos.


Parecia o começo da realização de um sonho coletivo. Alvinópolis entrou pra nossa história.



Fomos para a final com a música "A lágrima do Palhaço". O frio estava tão grande, que não conseguimos esperar pela nossa apresentação. Em meio aos 5 graus, nos refugiamos no hotel e só saímos quando estava proxímos de nos apresentar.

Começamos frios. Babi cantava e a fumaça saia da boca. Thiago e Well tocaram de Luva. E Alexandre tentava se esquentar com seus movimentos.

Quando terminamos a apresentação, os gritos de "Já ganhou! Já Ganhou!" nos fizeram esquecer do frio e o show que começou frio terminou quente!

Naquele momento já tinha sido válido todos os custos e desgastes que tivemos para chegar em Alvinópolis, e pra falar a verdade, a turnê já tinha sido grandiosa até aquele momento.


Logo depois, fizemos um pequeno show. Não conseguimos fazer o show todo devido ao frio. Mas pela empolgação que o público nos deixou, resolvemos encarar até aonde dava para agradecer toda aquela recepção. E valeu cada arrepio.


Quando chegou a hora do resultado final, confesso que estavamos desesperançosos. Na verdade, ja estavamos satisfeitos com a receptividade do nosso trabalho e pela dimensão que as coisas tomaram. Conseguimos fazer ótimos contatos, fazer amizades, vender cds, ter um feeback super positivo sobre o trabalho, ter uma boa execução, ... Prêmio? Já tinhamos ganhado o principal´: o público.


Os concorrentes eram muito bons. E pela experiência que temos com festival seria muito difícil que uma música tão diferente (do modelo de festival) ganhasse algum prêmio.

E foi aí que nos enganamos.


Para tudo parecer um mesmo um sonho, fomos premiados com o terceiro lugar.


Na foto, Os Sicilianos recebendo o troféu e o cheque (ô beleza!), juntos de pessoas boníssimas que pretendemos manter uma amizade, Marcos e Jovelino.

Quinta viajamos para participar do festival de Conceição do Mato Dentro. Espero que seja tão bom quanto o de Alvinópolis.

No final desse post, agradecemos a todo de Alvinópolis e todos os concorrentes de outras cidades que conhecemos lá. Esses dias foram super importantes e significaram muito para a nossa carreira. Nossa gratidão a vocês é eterna. Esperamos voltar em breve.

Abraço dos sicilianos

( Informação : eles ganharam primeiro lugar em Conceição do Mato Dentro. Jovelino foi jurado lá)

2 comentários:

João Menelau disse...

Que arreatado galera! Post massa! Tou feliz por vocês! :D

1 de agosto de 2010 09:04

Marcos Martino disse...

Amigos recifentes, vocês realmente são mais que bons. Vocês são o novo.Aliás, de Recife tem vindo as maiores novidades do rock brasileiro nos últimos anos. Gostei de tudo que vi na banda, da guitarra econômica que busca caminhos diferentes, das letras das músicas que usam de poesia, reflexões, principalmente se considerarmos a cena atual de ausência de conteúdos no rock.Mas gostei também do batera, das nuances dos maravilhosos ritmos nordestinos e também do baixista que não inventa, que toca o que a música pede...ah...e da vocalista, que é também meio que atriz, que dá vida às letras...ahh...também do figurino. Muito sucesso pra vocês.

3 de agosto de 2010 14:01

domingo, 1 de agosto de 2010

CULTURA ALVINOPOLENSE

Carnaval, uma das nossas maiores expressões culturais

Se formos pensar no calendário cultural de Alvinópolis, temos o Aniversário da Cidade em fevereiro, Carnaval em fevereiro ou março, Festa da Chita e Festival da Música em Julho, Festa do Rosário e Congado em outubro. Curioso que alguns eventos, antes considerados importantíssimos como Cavalgada e Exposição Agropecuária andam capengando. Com todo respeito, os dois eventos não vinham tendo nenhuma perspectiva cultural, sendo feitos apenas como entretenimento. Além do mais, são eventos que exigem grandes somas de dinheiro, pois as pessoas tendem a querer shows de artistas consagrados que cobram cachês que costumam ultrapassar a casa dos 100 mil reais. Quando a prefeitura tem dinheiro em caixa pra gastar ou parceiros que banquem, tudo bem. Mas penso que o prefeito está certo em não gastar o dinheiro público com festas caras, preferindo investir maciçamente na saúde. E espero que quando ele tiver parceiros ou dinheiro para investir, que chame o pessoal da Fundação Casa de Cultura para ver o lado cultural desses eventos. Uma exposição agropecuária e industrial pode e deve ser mais que shows, cerveja e mulher bonita. Pode ter realmente exposição das nossas potencialidades, dos produtos alvinopolenses e da nossa cultura. A cavalgada também pode ser organizada de forma a valorizar o evento, com shows sertanejos também, mas contando histórias dos grandes pioneiros, das amazonas, difundindo a cultura das cavalgadas, dos cavaleiros, enfim. Mas vou contar uma coisa pra vocês: pra mim a nossa maior expressão cultural continua sendo a Festa de Nossa Senhora do Rosário e nosso congado. Gostaria muito que houvesse uma possibilidade de interação até com vistas a produzir DVD e CD que registre os diferenciais dessa importantíssima marca cultural. Eu já tive oportunidade de ouvir vários congados de várias partes do estado e identifiquei no congado de Alvinópolis batidas muito diferentes, originalíssimas. Esse legado não pode ficar perdido na poeira do tempo. Depende da nossa geração registrar esses sons e imagens, antes que as batidas se miscigenem com alguma batida alienígena, como o funk ou hip hop.