terça-feira, 27 de junho de 2017

ALVINÓPOLIS É UMA VERDE TERRA

( Foto :  Mirlene Dalmásio )
Quem criou o nome VERDE TERRA  foi o Carlinhos Gipão. A ideia inicial era de se chamar TERRA VERDE, mas por sugestão do Manoel, invertemos e ficou Verde Terra. Claro que o nome foi homenagem a Alvinópolis, uma cidade no meio do verde, das pastagens, das matas, dos bambuzais. Foi uma época maravilhosa de muitas aventuras e de criatividade exacerbada. Chegamos a criar mais de 50 músicas próprias. Viajamos por boa parte do estado de Minas Gerais e até fora do estado levando o bom nome de Alvinópolis. Chegamos inclusive a gravar o primeiro disco vinil de artistas de Alvinópolis com 4 músicas ( não sei se alguém mais chegou a gravar). O disco fez um sucesso relativo, chegando a tocar de forma espontânea em dezenas de rádios espalhadas pelo estado. 

MÚSICAS FEITAS NA SALA DE AULA

Interessante que muitas músicas do grupo foram feitas em sala de aula. Uma delas, que foi inclusive vencedora em um festival de alvinópolis, foi feita em uma aula de literatura com a professora Maria Gonçalves, a música MASSACRE NO SOLIMÕES. Maria nos deu uma aula de interpretação de texto com várias expressões indígenas. Dico era meu colega de carteira. Ele começou a criar uma batida ritual debaixo da carteira e ali surgiu um ritmo bem diferente. A letra também saiu na hora. A música saiu prontinha em menos de 10 minutos. Outra música feita em sala de aula foi PROGRAMAÇÃO DE GENTE, a partir de uma aula dessa vez com o professor José Mauro, que nos contou sobre o avanço da tecnologia japonesa, dos seus robôs e computadores. Havia matéria prima à vontade para as nossas canções.

APOIO TOTAL DO COLÉGIO CÂNDIDO GOMES

Éramos bons alunos, não dávamos trabalho e tínhamos apoio irrestrito do Colégio. José Jucazim era quase um parceiro do VT, enfim. Não tínhamos do que reclamar. Tínhamos também total apoio dos colegas, dos professores. Foi uma fase de ouro.

APOIO DO PADRE BENTO TAMBÉM

Numa certa ocasião estávamos levantando dinheiro para pagarmos uma kombe para nos levar para tocar no Festival de Caratinga. Já estávamos desanimados, pois tava difícil conseguirmos o dinheiro de que precisávamos. Nossa última esperança era o Padre Bento, que também era fã do VT. E não é que ele tirou dinheiro do próprio bolso e nos possibilitou viajar? Depois disso nossa amizade aumentou e tocamos várias vezes na igreja, com muita alegria e gratidão, logicamente à Deus e ao amado Padre.

SE O MEU DINHEIRO DESSE E O DESTINO QUISESSE.

Sonhamos em gravar um CD com pelo menos 15 das nossas músicas. Tentamos de todo jeito, mas o destino pelo menos até hoje não nos permitiu. Não desistimos. Enquanto houver vida há esperança. E sem falsa modéstia, o trabalho é mesmo bom e relevante. Mas ainda não encontramos um jeito. Vamos continuar tentando. Um dia vai. E se não for é por que não era pra ser mesmo. 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

A MÚSICA ALVINOPOLENSE TEM HISTÓRIA

Essa foto é muito especial. Nela estão presentes figuras muito queridas da sociedade Alvinopolense e em particular dois tios meus que foram algumas das minhas principais referências musicais. Meu tio Babucho era um autodidata daqueles de tirar qualquer música ao cavaquinho. Só precisava ouvir um vez e já saia tocando. E não tinha nota mascada. Era tudo agulhado. A primeira vez que gravei uma música na vida fui atrás dele na barbearia. Eu tinha feito 3 sambas, doido pra entrar no festival. Mostrei as músicas pra ele, que pegou as harmonias em dois tempos e gravamos as músicas. Era um violonista incrível também.Com essa fita k7 me inscrevi no primeiro festival da minha vida. A interpretação no dia foi de Jorge de Nêgo e os Heltons. Meu tio Tutuia também foi uma referência forte. Ele era estiloso, gostava de usar cavanhaque.Tinha um timbre grave para cantar e era apaixonado por um ritmo diferente: o baião. Conhecia tudo de Luiz Gonzaga e cantava um repertório enorme do ritmo nordestino. Foi a primeira pessoa que conheci que se sensibilizava com as causas dos negros, com o preconceito, com as injustiças. O pessoal da Escola Unidos do Morro queria até homenageá-lo esse ano. Lete Morcego também estava nessa foto. O morcegão estava em todas. José Sylvio sempre foi presença marcante no meio da turma, seja como admirador, seja como violonista , cantor e gaitista. O Tião eu não conheci, mas pela foto me parece um sujeito altivo. Segundo o que me contaram, um grande músico. Tuca era outro seresteiro admirável, acho que tocava 7 cordas. Sobre quem seria a pessoa sentada, ainda paira uma dúvida. Alguns dizem ser Dosa. Outros dizem ser o Sr Darcy. E no colo, segundo disseram, o meu primo Mauricio Lima ( Bife), filho do meu tio Babucho. Assim que esclarecermos, tratarei de fazer as devidas correções.