sábado, 28 de novembro de 2009

A INTERNET ME TROUXE A MONLEVADE

Prandini, um prefeito on-line

Quem diria, viu! Estou trabalhando em Monlevade, terra das oportunidades e tão pertinho da "matriz". Pois é! Agora vai ficar até mais fácil dar uma chegadinha aí de vez enquando.Mas pra lhes dizer a verdade, tô querendo mesmo é lhes contar uma historinha, para que tenham uma idéia da importancia da internet na vida das pessoas. Aliás, tenho muito de agradecer à alguns amigos por causa disso. Um deles é o Vanderlei Lourenço. Há alguns meses, quando comecei a escrever em meu blog, ficava meio frustrado com o reduzidíssimo número de leitores e pela falta de retornos, de comentários. Vanderlei já blogava nessa época e me aconselhou com sua calma habitual, que eu não deveria me preocupar com isso. Que deveria escrever de forma solta, desapegada, sem esperar nada em troca, que o exercício só faz bem em todos os sentidos, que nos permite criar laços inimagináveis, prospectar grupos de afinidade e topei o desafio. Pois é, Vanderlei. Veja a ironia da situação. Por causa do meu blog, por causa do "Alvinopolis que pensa" é que estou em Monlevade hoje. Veja os fractais, veja o dedo de Deus agindo na virtualidade. Por causa do blog, fiz amizade com um intelectual monlevadense chamado Célio Lúcio, que tem um blog de alto nível por aqui. Célio também gostou do meu blog e colocou nos seus favoritos. Vai que o prefeito de Monlevade Gustavo Prandini, que é novo pra caramba (32 anos) é um internauta de primeira e vive quase 24 horas on line ( Um luxo para a cidade. A maioria dos prefeitos não sabe nem abrir um computador). Prandini, através do blog do Célio, viu o título de uma das minhas postagens e foi dar uma olhada para se aprofundar no assunto. Eu falava sobre um projeto dos prefeitos produzirem CDS com os principais artistas de suas cidades, como forma de estimular a criação musical e gerar produtos para que os artistas pudessem se vender, além de se constituir num excelente souvenir de marketing para os próprios prefeitos. Prandini gostou do projeto e me chamou pra conversar. A partir daí, nos tornamos bons amigos virtuais e começamos a conversar sobre vários projetos e sonhos. A afinidade foi grande e ele me convidou para uma visita em seu gabinete para detalharmos o projeto. No meio dessa conversa, ele me perguntou se eu não pensava em morar em Monlevade, mais perto de Alvinópolis e tal. Falei pra ele que tinha meus negocios em Belo Horizonte e que pelo menos por enquanto não passava pela minha cabeça voltar. Só quando cheguei a Belo Horizonte é que a minha ficha caiu. Enviei um email pra ele, questionando se havia alguma coisa por trás daquela proposta. Foi ai que ele me disse que tava pensando em fazer algumas readequações em sua equipe de governo e perguntou se eu toparia trabalhar com ele. Na hora me prontifique a ir a Monlevade para uma conversa presencial, mais adequada para esse tipo de negociação. Assim, estou aqui. A história é inusitada, mas acho interessante para ilustrar a crescente importancia da internet na vida da gente. Por isso, pessoal,vamos interagir, vamos blogar, vamos twittar, vamos orkutar, antes que a net nos atropele.

domingo, 22 de novembro de 2009

OLHA LÁ O RAPAZIM DE MONLEVADE...

Quando eu morava em Alvinópolis, sempre que aparecia alguém andando com radio na rua colado ao ouvido, com uma roupa colorida ou ouvindo som alto no carro as pessoas comentavam: - Ih...olha lá o rapazim de Monlevade...O preconceito tinha suas razões sociológicas. Com o crescimento da então Belgo Mineira, os jovens da região estavam em polvorosa querendo emprego na famosa multinacional . Foi uma verdadeira corrida do ouro ( ou do aço). Só que o fenômeno gerou uma rápida ascensão, se não intelectual, pelo menos social e financeira, melhorando o poder aquisitivo de muitos jovens e de suas familias. Com isso, a rapaziada começou a comprar os produtos de consumo que estavam à disposição e principalmente os aparelhos de som portáteis que estavam cada vez mais na moda, gerando os comentários depreciativos. Dizia-se que os "rapazinhos de monlevade" eram a peãozada , que tinham péssimo gosto musical, que se vestiam muito mal, com roupas coloridas e perfumes baratos, que vinham para Alvinópolis apenas pra buscar meninas pra namorar e casar ou pra arrumar briga e confusão na porta dos clubes. Hoje lembro dessa época achando graça. Estou morando lá e vejo como é vibrante a cidade dos rapazinhos de outrora. Aliás, os rapazinhos se tornaram homens, constituíram familias, muitas vezes com mulheres Alvinopolenses, Saudenses, Prateanas, Riopiracicabenses, Itabiranas, Gonçalenses. Monlevade continua uma cidade onde o sentimento de pertencimento ainda não se cristalizou. O amor pela cidade ainda está por ser inventado. Porém, aquele "Rapazim" do passado amarelou nos retratos. Hoje a população é cosmopolita, o comércio e o setor de serviços cresceram sensivelmente e o futuro é uma larga avenida...ou várias avenidas. É sempre bom revermos nossos conceitos, afinal de contas, no posto mais alto da nação, temos um sujeito que um dia foi peão. E pra finalizar, deixa eu contar o avesso dessa historia. Certa vez o Verde Terra foi se apresentar num evento promovido pelo saudoso João Bosco em Monlevade. Quando o VT começou a tocar, uma pessoa no meio da multidão gritou: - Úhh da roça. É a vida. Preconceito trocado não doi.

domingo, 15 de novembro de 2009

CIDADE DE CIDADES REUNIDAS


Pessoal, este texto foi postado no blog CENÁRIOSBOMDIA, coluna que escrevo no jornal BOM DIA, de João Monlevade. Mas achei importante postar aqui também, pois também diz respeito à Alvinópolis.
Havia uma música do compositor Fausto Fawcett, um dos melhores letristas que conheço, que dizia que o Rio de Janeiro é uma cidade de cidades reunidas. Incrivel como Monlevade também é assim. Andar pelas ruas de Monlevade é um exercício curioso. Tem horas que chego a pensar que tem mais pessoas de Alvinópolis por aqui que lá na minha terra natal. Encontrei com pelo menos uns 30 alvinopolenses em locais diferentes. Estive também com pessoas de Major Ezequiel(da grande Alvinópolis -rs ), de São Domingos do Prata, de Dionísio, de Nova Era, Itabira, Dom Silvério, Ipatinga, de Rio Piracicaba...fora aquelas em que "trombei" e que também vieram de outras regiões. Fiquei pensando comigo: puxa vida! Que caldo cultural essa cidade tem. Quanto diversidade. Ao mesmo tempo, fiquei pensando na cultura e no que ela tem de educativa em seu bojo. Existe uma definição de cultura que acho ótima. Definitiva eu não digo, pois não existe perenidade nas palavras. A definição é a seguinte: " Cultura é o conjunto de conhecimentos adquiridos por um povo para se adaptar a determinado ambiente". Pois é! Acho que procede! Agora, imagine Monlevade e esse tanto de gente que vem de tantos lugares se adaptando, trazendo suas saudades, trazendo as culturas dos lugares de onde vieram, trazendo as receitas de tarecos, de doces, seus dialetos, suas tradições. Pois é. Monlevade abraça a todos. Recebe todo mundo com emprego e perspectivas de prosperidade. Quando caminho por essas ruas e vejo essa gente toda trabalhando, consumindo e movendo a roda da fortuna, fico imaginando porque essa cidade ainda não explodiu culturalmente. Porque ainda não achou o caminho para fruir com força a sua produção artístico cultural? Porque não se impõe como polo cultural reconhecido, se congrega o melhores profissionais da região? Há quem diga que o problema está no povão, que não quer saber de cultura, mas só de entretenimento. A equação se completa na priorização política, quer dizer...na hora de investir na cultura, a maioria das prefeituras investe nos shows popularescos, em detrimento do que tem realmente valor artístico cultural, pois o povo não tem paciência com conteúdos elaborados. Porém, há de se considerar que a cultura tem também algo de educativo, ou seja, o poder público deveria direcionar o que fosse da cultura para o que tem qualidade e valor artístico, até para melhorar o senso crítico de nossas comunidades, ajudando a subir o nível geral. É muito triste o político refém do populismo. Digo tudo isso até para que possamos refletir e pensarmos juntos. Hoje tive o prazer de conversar com o Luciano, da Casa de Cultura e fiquei feliz ao perceber que afinamos muito em alguns pensamentos. Deus queira que possamos trabalhar bem sintonizados. Penso Monlevade como um polo irradiador de cultura, de conteúdos, de idéias criativas. Vamos pensar a cidade juntos?

sábado, 7 de novembro de 2009

GOSTO MUITO DE DOM SILVÉRIO!

Agora vão me trucidar, mas vou dizer: gosto de Dom Silvério. Não sei se porque fica perto da rua de cima, mas sempre simpatizei muito com a antiga "Saúde". Nunca entendi muito bem porque me diziam quando pequeno, que não gostavam que chamássemos a cidade de Saúde. Já me contaram a razão, mas nem me lembro. À primeira vista, ostentar essa palavra deveria ser motivo de alegria, afinal não há riqueza maior que ter saúde pra viver. Entendo os que acham que a velha rivalidade é um dado cultural interessante, os que se divertem com essa síndrome, da velha necessidade humana de ter um alvo para direcionar o ódio. Essa histórica rixa é que nem a que os brasileiros nutrem com os Argentinos. Se formos pensar bem, temos muito mais razões para mútuas admirações. Vejam o exemplo do jogador Sorín. Que sujeito gente boa, amado pelos cruzeirenses...e desconfio que até pelos atleticanos, que também gostariam de ter um jogador tão raçudo e dedicado em suas fileiras. Mas voltando à Dom Silvério, sempre tive admiração com algumas coisas de lá. Em primeiro lugar, pelas pessoas. Confesso não ter proximidade com as novas gerações, mas lembro-me de Tonys Bill, do Renato Aleixo, do Rogerinho, da Ana esposa do prefeito, da Alessandra esposa do Tião, pessoas que me vieram à cabeça de relance, da melhor qualidade . Do passado, lembro-me muito do Duia, que dava assistência na torre de Televisão de Alvinópolis e que era um dos melhores técnicos em eletrônica da região. A festa de N.S.da Saúde também é marcante. O povo de saúde sabe como fazer uma festa bonita. Já passei muitos quinzes de agosto admirado com os rojões e os fogos de artificio maravilhosos da bela festa. O Clube da cidade também é digno de admiração. Eu não conheço nenhuma cidade de porte pequeno que tenha um clube tão bem cuidado, ponto de encontro e lazer para todas as gerações. Não sei como anda o futebol na cidade. Acho que nesse quesito, o tradicional time do Sport está mais ou menos como Industrial e Alvinopolense em Alvinópolis. Infelizmente, o futebol amador anda meio decadente. Na área das artes plásticas, vejo como muito significativa a presença na cidade das obras do grande artista Amilcar de Castro. Já vi algumas pessoas de Alvinópolis criticando, mas acho que é um pouco de despeito. Amilcar é um artista ímpar, capaz de dobrar os mais duros metais pra transformar em sensíveis obras de arte ( ainda quero visitar o acervo). Nas ultimas vezes que estive na cidade agradou-me o que vi. Limpinha, bem cuidada, as casas bem pintadas, enfim, tudo muito bem arrumado. O único porém que percebi é que a programação cultural da cidade parece muita voltada para o sertanejo. Entendo que a cidade tem predominância agropecuária, mas já pude vivenciar tempos musicais com maior qualidade na época dos festivais e nos tempos do Fred, amigo do Lô Borges, Beto Guedes e de outros. Por outro lado, se for pensar pelo lado político, o povão quer mesmo é shows populares. É a lógica que tem prevalecido pra todo lado. Já me disseram que as razões dessa fase atual, da cidade limpinha e bem organizada, deve-se a uma sequência de bons gestores. Pode ser. Mas tem outros fatores que também facilitam a administração da cidade. As vezes o que parece que vai diminuir, soma. Penso que desmembrar Sem Peixe acabou fazendo com que sobrasse mais dinheiro pra cuidar da sede do município. Acho que os últimos prefeitos também vem fazendo um bom trabalho. Não conheço pessoalmente o atual , mas tive oportunidade de conhecer a primeira dama, com a qual converso com certa regularidade pela internet e que me presenteia com o belo jornal local chamado "O PONTILHÃO", que sempre me envia em PDF pela internet. Como disse no inicio, sei que alguns vão querer me apedrejar, mas gosto muito de Dom Silvério, que fica pertinho da rua de cima.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

POLÍTICA X CORAÇÃO : UM PERIGO

Trem danado a política e o coração aberto. Tenho muitos amigos tanto do lado do PMDB como do antigo PFL, DEM, PTB ou sei lá o que. Gosto muito do Marcelo Xuxa, amigo d e muitas jornadas, companheiro do maior campeonato de futebol de Botão de Alvinópolis, o Grande The Big, também companheiro de República por anos à fio. Gosto muito também da Ana Therezinha e Edmundo, de grandes afinidades e muita história. A Mariângela, foi e é minha mestra, com quem aprendi muito do que sou e por quem tenho uma gratidão eterna. Por outro lado, admiro muito a Marina de Darcy, com quem tive oportunidade de trabalhar no festival. Pessoa de alto nível de organização e moralidade, juntamente com a Clara e Nita, essa também uma professora com quem aprendi um bocado ( embora meu português ainda mereça reparos... sempre). Bom, achei pertinente falar da turma da cultura, pois é a área em que sempre militei. Mas poderia citar também a minha cunhada Crys, meu grande amigo e parente Jovelino, Paulinho de Nilo, Vovolito, Ronilson Bada, pessoas que tem uma postura crítica, mas que não torcem contra. Muito pelo contrário. Torcem para que a cidade tenha um rumo visto e reconhecido por todos. A questão é que o prefeito, por razões que não me cabem ficar comentando aqui, logo que eleito, rompeu com vários apoiadores e isso gerou logicamente muita inamistosidade. Sua idéia é criar um caminho do meio, romper com a velha dualidade. Eu acho que talvez essa seja a sua principal missão. Não creio na construção de consenso, mas na pluralidade. A unanimidade é burra e a dualidade gera inércia. Tomara mesmo que tenhamos uns 10 candidatos na próxima eleição. A questão é que essa postura também tem consequências que não são fáceis de encarar. O prefeito vive num corredor Polonês, levando pedrada dos dois lados. Mais até da turma do fogo amigo. Eu como Alvinopolense que torço pra dar certo , fico tentando positivar e sobra até umas pedradas pra mim . As vezes coloco no meu perfil que tenho telhado de borracha, pra devolver as pedras aos apedrejadores. Só que alguns jogam dardos, estrepes, fincam e torcem a faca. Outro dia, alguém denunciou no mural do Alvinews que o prefeito havia confidenciado várias coisas a mim, quando devia satisfações a toda a sociedade. Que coisa. Um prefeito não pode ter amigos. E eu, ingenuamente coloquei aquilo na roda, com a inocência de quem repassa noticias boas. A questão é que noticia de político sempre soa como promessa e de promessas o povo tá cheio. Então, o que se espera é que os bons presságios, as boas novas virem realmente substancia. As ultimas noticias excelentes na área da saúde já são um alento. Como essa é a principal bandeira do novo governo, pelo menos nesse quesito tá fazendo a lição de casa. Já a questão da cultura tá demorando muito a se resolver. Confesso que estou doido pra arregaçar as mangas e chamar o pessoal pra começarmos a organização do Festival 30 anos. Mas isso só será possível quando for anunciado oficialmente o destino da Fundação Casa de Cultura. Vamos acelerar, prefeito! Mas como diz o poeta "Meu coração não se cansa de ter esperança...".