Hoje me dei conta de uma coisa. Dos 32 Festivais da Música em Alvinópolis realizados até hoje, não estive presente em apenas dois. O primeiro e o deste ano. É obvio que estou chateado de não estar em Alvinópolis neste evento que pra mim é mais importante que qualquer Rock In Rio, copa do mundo ou o que for, mas é que já tinha realmente um compromisso inadiável: aniversário da minha filha, Rísia. De qualquer maneira, ajudei como pude nos últimos meses. Já falei e volto a repetir: festival pra mim é como se fosse universidade, faculdade, uma escola que ajuda a lapidar os trabalhos musicais e literários. Os artistas se apresentam com dois focos distintos: o corpo de jurados e o público. Não é fácil agradar ao juri. Ali sempre estão pessoas do meio musical, literário, professores de português, produtores, artistas, jornalistas, poetas, pessoas que tem vivência e preparo intelectual. Agradar o público também não é fácil. Arrancar aplausos, emocionar, criar identificação não é tarefa fácil. E ainda tem outra questão. Muitas vezes o artista agrada ao público, mas não agrada o juri. A platéia muitas vezes se revolta sem saber qual foi a minúcia vista pelo juri, que o público não enxergou, por não ter as letras nas mãos, as vezes por não ter conhecimento técnico. O contrário também acontece. Muitas vezes o artista agrada o juri, mas não emociona o público. Agora, quando o artista consegue as duas coisas é o máximo. Já vi isso acontecer algumas vezes. Tem artistas de tamanha capacidade interpretativa, que fazem com que uma música nem tão boa assim cresça, se faça gigante. Só sei de uma coisa. O Festival é um evento muito bom pros artistas, principalmente pros compositores, tão sem espaço pela preferência do público e até dos donos dos bares pelos covers. Mas sinceramente? Mais do que nunca, tá precisando haver uma renovação de conteúdos. Precisamos de músicas novas, capazes de espelhar nosso tempo, letras que vão além das temáticas pobres veiculadas pelas nossas mídias.
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