sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A ORIGEM DA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Amigos, recebi o texto do amigo xará Marcos de Abreu Lima. Trata-se de um texto precioso que conta a história dessa santa milagrosa, reverenciada em toda Minas Gerais e com imensa beleza em Alvinópolis. Vale lembrar que Nossa Senhora do Rosário é padroeira da África ( eu não sabia disso). E tem também e explicação do porque da data 07 de outubro. O texto segundo meu amigo Marcos de Abreu lima vai integrar um livro que ele está escrevendo e que pretende preencher lacunas das memórias Alvinopolenses. Mas vamos ao texto... 

A origem de Nossa Senhora do Rosário, ou Nossa Senhora do Santo Rosário e também Nossa Senhora da Vitória é do ano de 1208 na época da grandes cruzadas. Em 1208 São Domingos de Gusmão estava na cidade Francesa de Prouile, quando recebeu do Papa Inocêncio III a missão de combater um grupo de herético de Cátara, opositores da doutrina imposta pela igreja católica, que a ameaçava a sua supremacia na região. Estava ele concentrado estudando a melhor estratégica para cumprir a missão, quando teve uma visão Mariana [fenómeno sobrenatural onde se acredita que a Virgem Maria aparece a uma ou mais pessoas geralmente a católicos], na aparição  a Virgem Maria lhe entregou um rosário e lhe ensinou uma oração, atônito ele interpretou como sinal de  ‘fé  e  esperança’ e o inspirou  na elaboração da estratégica contra o inimigo.As tropas Francesas, sob seu comando venceu a guerra contra os Cátaros, que ficou conhecida  como “ a batalha de Muret”.A vitória foi atribuída a Nossa senhora, e como forma de agradecimento São Domingos de Gusmão construiu o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora da Vitoria. “ o Mosteiro de Nossa Senhora de Prouile” na França, como também se incumbiu pela difusão de sua devoção a Nossa Senhora. Em 1571 em uma outra conquista na Grécia, conhecida por “ A batalha Naval de Lepanto”, sob o comando de João da Áustria, venceu o Império Otomano no dia 7 de outubro daquele mesmo ano, esta batalha pôs um ponto final da expansão islâmica na região do mediterrâneo.A denominação de Nossa Senhora do Rosário foi no ano de1573 pelo Ppa Gregório XIII. A partir de então as homenagens à Nossa Senhora do Rosário é comemorada no dia 07 de outubro.A devoção à Nossa Senhora chegou a vários países europeus, inclusive a Portugal através de suas irmandades, no Brasil a devoção chegou através dos frades dominicanos, capuchinhos, jesuítas e Franciscanos, com a criação das Irmandades e Confrarias de Nossa Senhora do Rosário. Os negros e escravos logo se identificaram com ela, pelo fato dela ser a padroeira da África, e também pela facilidade das orações contidas no Rosário. Em 1500 foi construída uma igreja em sua dedicada a ela em Cabo Verde e posteriormente na ilha de São Tomé e Moçambique. Na Capitania mineira foram criadas as irmandades do Rosário no primeiro quartel do século XVIII. Esta festa religiosa é celebrada com simplicidade, novena ou tríduo,[ Festa eclesiástica que dura três dias], encerrando–se  com procissão, coroação e benção do Santíssimo Sacramento. Em 1745 fazendeiro  Capitão Paulo Moreira da Silva  e sua esposa Maria Paula de Jesus, devotos da Nossa Senhora do Rosário construíram em suas terra uma capela, e em torno dela nasceu o povoado sob a invocação Nossa Senhora do Rosário da Freguesia do Inficionado, deste então à acolheu como padroeira.  Até hoje  existe o reinado ou o “ trono coroado”   na cidade de Alvinópolis, todo o ano é escolhido e  eleito  um Rei festeiro e uma rainha que organizam  e participam  de todos os eventos , incluindo a procissão,  quando toda a corte é saudada, e  a corte real figura ao lado da Virgem do Rosário no dia 07 de outubro,  neste dia a cidade demostra toda devoção a sua padroeira, numa festa religiosa contido no calendário religioso com feriado municipal.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

REFLEXÕES DE CARNAVAL


VÁRIOS ESTILOS MUSICAIS - UMA REALIDADE BACANA

Muita gente tem um sentimento saudosista. Há quem diga que carnaval mesmo era das marchinhas e sambas antigos. Mas que tal abrirmos um pouco a cabeça? Tivemos de tudo no carnaval. Teve axé, teve funk, MPB, rock, arrocha, reggae, sertanejo, rap, pop. Teve de tudo...inclusive as marchinhas e o samba, que preponderou por causa da bateria colibri e unidos do morro. Mas a democracia é boa e veio pra ficar. Que no ano que vem tenhamos quem sabe jazz e música clássica. 

BLOCOS DE TODOS OS TAMANHOS.

Tivemos os Piratas, que devem ter arrastado umas 10 mil pessoas ( não tem roleta pra saber. Instituto de pesquisa Datachute). Teve o Bloco das Piranhas e dos Pijamas, que também arrastou uma multidão. Teve o Saco Sujo, que anda decadente, mas que marca presença a muitos anos. Teve ainda o Bloco da Mariquita, já tradicional e muito charmoso. Teve o irreverente Bloco do Paulinho Bronca, que também está virando tradição. Teve o Bloco do Ninho da Águia que congregou a turma do bar mais alvinopolense de todos e teve o Bloco da Insônia. E teve blocos menores de amigos, como Bloco "os de fora". Teve ainda o bloco E aí chefe? Teve outros... que nem identifico no momento.

ESCOLA DE SAMBA

Talvez a cidade passe pela sua melhor fase em termos de ESCOLA de samba . Hoje a Bateria Colibri, através do mestre Junei e de Lindouro e Vera que também adoram samba,vem fazendo um trabalho didático, buscando ensinar a turma as técnicas das melhores escolas do Brasil. Pra isso, buscou um intercâmbio com o Salgueiro no Rio de Janeiro. O pessoal já tem uma vocação batuqueira. É juntar a fome com a vontade de comer. Aliás, mais que uma escola de samba a Colibri é uma escola de música, pois embora prepondere o samba, outros ritmos também são trabalhados. Tem ainda os músicos de apoio, cantores. E acaba ocorrendo uma interação com o pessoal da Unidos do Morro, repassando conhecimento e melhorando o nível geral.

AVENIDA DO SAMBA

Acho que a Av. Pe José Marciano é ideal para o desfile mesmo. É uma rua histórica e charmosa. Mas pra isso, a prefeitura e a polícia militar precisam encontrar uma maneira de impedir o estacionamento de veículos nos horários dos desfiles. Em diversas cidades isso é feito. O Desfile da Bateria Colibri foi lindo, mas tinha um enorme caminhão parado perto do alvinopolense. E muitos veículos menores no percurso. Algo a se pensar para os próximos anos.

SIDNEY RIBEIRO, COMUNICADOR OFICIAL DA CIDADE

Meu amigo Sidney Ribeiro se converteu no principal comunicador da cidade. Mesmo com a Rádio Alvimonte fora do ar por tempo indeterminado, ele continua fazendo com que a informação circule. Esteve interagindo comigo o tempo inteiro, me passando informações e vice-e-versa. Tem um vozeirão de trovão e evolui a cada dia. A voz dele lembra o grande Jaime Peixoto Filho. Tá faltando só criar alguns jargões. Quem se lembra do ALVINÓPOLIS, CIDADE CARINHO. Cadê, cadê, cadê o meu visual...

MARY EVENTOS

Gostei dos shows disponibilizados. Não sei se foi consciente, mas foi oferecido um menu de artistas contemplando diversos estilos. Teve axé baiano legítimo com o Tequila Baiana, teve Arrocha, axé e Sertanejo com Matieli, teve axé, reggae, mpb e rock com o Batuk Gerais. Teve Funk, Arrocha e Axé com o Agá Plus e pagode e samba com o Kigingado. Foi bacana abrir espaços para os bons trabalhos dos artistas da região ( São Gonçalo, Itabira e Ipatinga e João Monlevade). E os shows agradaram. E foi bacana também abrir espaços pra galera alvinopolense.

TALENTOS ALVINOPOLENSES

No primeiro dia, tivemos uma dançarina Alvinopolense, Priscila Martins, brilhando no palco junto à banda TEQUILA BAIANA. No show do Matieli, tivemos Clara Resende, que nasceu em Rio Piracicaba mas tem pais alvinopolenses. No dia do Kigingado tivemos Lucas Miranda. Outros talentos também brilharam, seja cantando na Colibri, seja na Unidos do Morro, seja mostrando cena no pé. Um povo extremamente vocacionado para a arte e cultura.

SEM OCORRÊNCIAS, SEM VIOLÊNCIA

Ficamos sabendo de poucas ocorrências. Um carro com os pneus roubados, brigas pequenas sem maiores consequências. A polícia pode dizer melhor...

O LIXO...

Não sei como a prefeitura administra o lixo. Eu achei que tinha poucos recipientes pras pessoas jogarem copos de plástico ou pratinhos de comida. O povo jogava no chão mesmo, na grama. Talvez valha a pena coletores maiores para o carnaval.

AINDA SOBRE O DESFILE DA UNIDOS DO MORRO

Bigega é monstro. O sujeito canta concentrado o tempo inteiro e tem uma energia imensa. Os Rogérios também foram bem. Nunca vi tantos rogérios juntos. Os meninos do cavaco são muito bons também. Um deles terminou o desfile com apenas 2 cordas. Os carros alegóricos foram capítulos à parte. Cheios de brilho, muito bem trabalhados por Marina Carvalho e cia. O bolo de aniversário então foi sensacional. As fantasias também foram cheias de brilho e as passistas sambaram com muito relemexo e enormes sorrisos nos rostos. Aurélio foi um herói. Sonhou o ano inteiro com o tema e costurou as coisas para que o desfile acontecesse. E não é fácil. É grande teia de corações, mentes e interesses pra conciliar. Parabéns a ele. É o único de Alvinópolis que pode receber a alcunha de Carnavalesco. 

PARTICIPAÇÃO DA PREFEITURA

Soube escolher bem a empresa pra administrar o carnaval na praça. No geral o pessoal gostou dos shows. Tudo transcorreu muito bem. E a impressão que temos é que não foram atrações caras. Para o ano que vem, sugiro a proibição do estacionamento na Av Pe José Marciano pelo menos nos dias de desfile. Sei que não é fácil, mas se for feito com antecedência, pode ser possível. Bacana também a iniciativa da Sec de Ação Social de fazer o Carnaval da Terceira Idade. O pessoal adorou. Sugiro também uma reflexão, pensar o que deu e o que não deu certo no carnaval deste ano.

DIZEM QUE ENCHEU MENOS

Algumas pessoas disseram que a cidade estava mais vazia. Como não vim nos anos anteriores, achei que a cidade estava bem legal. Muita gente boa. Um pessoal ordeiro, sem muitas confusões. Pra alguns, sucesso é evento megalotado, onde ninguém consegue nem caminhar. Pra mim sucesso é a satisfação das pessoas, os sorrisos nos rostos, as boas histórias de cada um. Sucesso não é quantidade, mas qualidade. 

NÃO TEM EVENTO MAIS CULTURAL

Alguns torcem a cara, acham que é apenas um evento de bebedeira e perdição. Claro que tem a sensualidade e as paqueras da galera. Mas é um dos eventos mais culturais que existe. Tem música, tem teatro, tem dança, tem ritmo, tem estética, tem história, tem humor, tem amor, tem culinária, tem de tudo um pouco. 

GENEROSIDADE DA NOSSA GENTE

Pelo menos eu pouco falei de política no carnaval. Só a política da folia. É claro que os políticos tentam capitalizar, mas não foram os protagonistas dessa vez. Protagonistas foram os foliões, o povo sorridente dessa terra, os batuqueiros, os artistas, os passistas, o povo. Que Deus abençoe os Alvinopolenses. 

E VAMOS FAZER MELHOR EM 2017...






terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

SEGUNDA DE CARNAVAL - MUITAS EMOÇÕES.

EM ESTADO DE GRAÇA

Estou em estado de graça e sinto que isso vai seguir comigo por um bom tempo. Foi um dia que tão cedo esquecerei. Foi imensa honra participar do carnaval 2016, seja com a Bateria Colibri, seja com a Unidos do Morro, seja interagindo com a galera. 

BLOCO DA MARIQUITA

Não tive como participar. Só ouvi os comentários e vi as fotografias. Só simpatia. Um bloco já consolidado que não pode faltar em nenhum carnaval. 

UNIDOS DO MORRO - CONCENTRAÇÃO.

Fui a praça do Alvinopolense pra acompanhar os preparativos. Na verdade fui umas duzentas vezes pra conferir. Esta ansioso pra ver os carros alegóricos e a turma nos preparativos. O povo da Vila me abraçou com força. Tomei umas 5 cachaças no bar do Zé do Beco pra entrar no clima. Os batuqueiros ainda estavam dispersos, as mulatas passistas chegando aos poucos, Junei conferindo os detalhes, Aurélio abraçando todo mundo e a turma esperando as Baianas chegarem pra iniciar o desfile. 

ORAÇÃO EMOCIONANTE

Depois de tudo pronto, o puxador Bigega pegou o microfone e começou uma preleção, conclamando o povo a seguir pra avenida com garra, com sorrisos no rosto e pedindo a proteção de Nossa Senhora do Rosário para seguir pelas ruas da cidade com todo o brilho. Nesse instante a bateria começou a tocar e a magia tomou conta. Não aguentei e desabei a chorar. Emoção demais. 

DESFILE TRIUNFAL

A Unidos do Morro seguiu com muita energia, desviando dos carros e obstáculos pelo caminho, interagindo com a multidão pelos passeios, pessoas encantadas com a excelência da bateria, com a alegria e exuberância das passistas, com a qualidade dos puxadores e músicos, com a potência do tema.

O PRETO E O BRANCO

Emocionante a passagem da Escola em frente ao Ninho da Águia e do clube do AFC. Havia um arrepio no ar, um encontro entre passado e futuro, uma energia linda. 

O BATUQUE VEM DA VILA

Já perceberam como a maioria dos batuqueiros de Alvinópolis vem da Vila? Seja no congado, seja nos blocos, nas escolas de samba, os tambores vem de lá. Que Nossa Senhora do Rosário proteja e inspire os nossos batuqueiros.

MUITOS POLÍTICOS PRESENTES

Não sei exatamente quem ajudou ou não a escola. Mas o que tinha de políticos ganhando créditos não estava no gibi. Quem realmente ajudou merece o reconhecimento. Quem pegou carona, fazer o que? O oportunismo é uma das características dos nossos homens públicos. Tem pessoas que não perdem oportunidades para aparecer. Tenho esperanças de que isso mude um dia...

LIÇÃO DE HUMILDADE

Lindouro e Vera ergueram um império. Os imperadores geralmente guardam certa distância dos súditos do reino. Mas isso não acontece com esses dois empresários vencedores. Além de criarem a Colibri através da Fundação Bio Extratus, os dois saíram como músicos no desfile da bateria . Lindouro tocando surdo e Vera tocando tamborim. Quem vem de fora jamais vai imaginar que aqueles dois batuqueiros são o senhor e a senhora Bioextratus. Fiquei mais surpreso ainda quando cheguei na Escola Unidos do Morro e vi novamente Lindouro com seu surdo na mão. E a Dona Vera também distribuindo chapéus pra bateria com seu tamborim em punho (os dois são fominhas). Sem contar o apoio que a empresa deu, emprestando carro de som e instrumentos, numa sinergia fundamental. Os músicos da Colibri reforçaram o time da Unidos do Morro e tudo foi um só coração. É claro que o Carnaval acontece por uma somatória de ações e intenções. Mas sinceramente, sem a ajuda desses dois , nosso carnaval seria muito mais pobre este ano. Se foi um sucesso, em grande parte devemos a eles. 

Á NOITE NA PRAÇA TEVE BANDA AGÁ

A Banda Monlevadense fez um show que agradou a galera na frente do palco. A banda tem um visual caprichado e bons músicos, cantores, cantoras e dançarinos, além de um fundo de palco com paineis de led. Talvez tenha sido a banda com repertório mais atualizado, tocando principalmente funk, arrocha e axé. Não são exatamente as músicas do meu agrado, mas o show não era pra me agradar e sim ao público alvo. 

AGRADEÇO A DEUS POR SER ALVINOPOLENSE

Uma grande alegria, orgulho, entre outros sentimentos que nem consigo expressar agora. Viva Alvinópolis e os Alvinopolenses.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

TOCA COLIBRI, TOCA O CORAÇÃO DA GENTE

A Bateria Colibri é um projeto relativamente recente mas que já caiu nas graças de todos. Tive a oportunidade de realizar um trabalho com a FUNDAÇÃO BIO EXTRATUS na criação e produção do samba TOCA COLIBRI. Foi uma experiência marcante pra mim por diversos motivos. Eu já conheço o Junei  há anos, mestre da bateria e coordenador do projeto. Sempre foi um músico dos bons, baixista inicialmente e depois multi instrumentista. Domina de tudo um pouco e ainda compõe. Em princípio, Junei me convidou para criar um samba pra bateria Colibri. Eu já havia criado o samba da Unidos do Morro da qual ele também participa. Cabeça de quem cria é assim. Mal ele me fez a proposta e o refrão já veio à minha cabeça: Toca Colibri, toca o coração da gente. Depois o Junei conversou com a  Vera, também extremamente criativa que me enviou uma série de ideias pra composição da letra. Em dois dias a canção foi criada e o pessoal da Fundação gostou bastante. No final virou uma parceria, pois a Vera ofereceu o subsidio pra letra e o Junei também compôs a introdução do cavaco e criou os arranjos de bateria. Propus a eles que produzíssemos o samba com uma gravação bacana. A ideia inicial era de gravar parte do arranjo em BH e parte em Alvinópolis. Mas o Junei contestou e propôs gravarmos com a participação de todos os integrantes. Baita desafio. Não sei ao certo, mas acho que são no mínimo 60 instrumentistas. Junei queria incluir todo mudo e estava certíssimo. Combinamos o dia da gravação e eu levei comigo o experiente arranjador e técnico Fernando Lopes. Foram 3 dias agradabilíssimos de trabalho. Pessoas de uma generosidade comovente. Foi lindo ver a turma envolvida botando os corações e as almas na produção. Na gravação tem um pouquinho de cada um. A alegria estampada no rosto de cada um não tem preço. Ver e ouvir aquelas vozes todas cantando a música à capela sem acompanhamento foi de arrepiar. Mais marcante ainda foi ver os donos da empresa misturados ao público, com os olhinhos brilhando de felicidade, com simplicidade e acima de tudo humildade. Aí muita gente pergunta: qual a razão do sucesso dessas pessoas. que transformam tudo em ouro? A resposta está na própria letra da música que diz: "tem carinho e tem amor". Com carinho e amor tudo viceja. Que continuem plantando boas sementes. Sorte de Alvinópolis terem surgido pessoas assim...

Pra quem quiser conhecer a letra

Toca colibri, toca o coração da gente.
Vamos construir um futuro diferente.
De flor em flor, levando amor, sua beleza , alivia minha dor
Tem alegria de viver, tem festa, fantasia e cor
Tem zum zumzum, ziriguidum
Tem as mãos do criador

Agora eu sou colibri, eu também quero voar.
Quero tocar e cantar, quero dançar com você
Eu também sou colibri, no toque desse tambor
Tem carinho e tem amor, Tem carinho e tem amor

O meu sangue batuqueiro...faz tremer meu coração
No arrepio do pandeiro, na batida do surdão
Repinique e tamborim, caixa e cuíca e paixão.
Na harmonia do cavaco, no bordão do violão
Arrebenta...



DOMINGO FOI PIRATA

AQUECIMENTO PIRATA FOI O INTEIRO

Desde as primeiras horas da manhã a cidade amanheceu com os abadás piratas. Essa turma deve ter vendido camisas demais. A expectativa foi enorme. Todos esperando o tsunami humano.

MUITOS CARNAVAIS

Além do carnaval oficial( da prefeitura na praça) e dos blocos e baterias, houve vários pequenos carnavais pela cidade. No bar do Dico Surdico, a turma fez um samba da melhor qualidade. Ronildson também armou uma fuzarca sonora na Praça Bias Fortes, perto do SEALAR. No Ninho da Águia, como sempre, muito humor e uma turma muito animada. Muitos Alvinopolenses da Gema fazendo a festa e se abraçando.

ENFIM A NAU PIRATA

Uma coisa é a gente ouvir falar, ver fotos e videos. Outra é você assistir de perto, de cima como eu tive oportunidade de fazer.Vi da varanda da casa do Jorge, casa do antigo Janjão. Que loucura! Os piratas abriram o desfile com um caminhão com uma figura dos piratas em cima. Veio também o menino maluquinho num carro promocional da BioExtratus, jogando bolinhas de sabão do povo. E aí é que começa a loucura. Na frente veio um carro de som com vários e vários autofalantes tocando funk e hip hop. Atrás uma multidão eufórica. Em cima do carro de som, um rapaz com seu notebook comandando as músicas. Mais atrás um pouco, outro carro de som não tão potente, tocando axé. Um pouco menos de gente atrás. E assim sucessivamente. Mais dois carros de som, um tocando axé e outro tocando sertanejo. E mais um mar de gente atrás. Depois vieram os carros com água esguichando na multidão, um dos grandes diferenciais do Piratas. Atrás uma galera molhada por fora e por dentro ( de cerveja e outros biritas) A essa altura, na mesma cena dava pra ver que o inicio do bloco chegava no morro do Dodô e o final do bloco perto do Dário Veterinário( e dizem que este ano tava menos cheio que nos anos anteriores) Pra quem via de cima, rolou uma massaroca sonora. Ouvíamos os sons dos carros misturados, um caos, uma loucura.

MAD MAX

Os sistemas de som, os carros, até os carros de água me lembraram um pouco o filme Mad Max. Tudo meio no improviso, cooperativo, feito por uma turma que soube fazer dos Piratas o maior marketing do carnaval na região.

CHARANGAS X SOM MECÂNICO

É claro que nada substitui as charangas e o som ao vivo. Por outro lado, ficou claro também que o povo na hora de optar, preferiu os sons mecânicos que as charangas quando pode escolher. Tanto no Bloco do Saco Sujo como das Piranhas, foi muito mais gente atrás do som mecânico do que atrás das charangas. No caso dos Piratas, nem charanga teve. 

CONCLUSÃO

O povo opta pelos sons mecânicos por causa principalmente do repertório musical. As charangas tem um repertório basicamente de marchinhas tradicionais dos antigos carnavais. A turma das gerações passadas curte mais. Porém a galera nova quer brincar com as músicas mais contemporâneas, como os funks com suas letras pra lá de sensuais, com o axé, sertanejo, músicas que estão nas paradas de sucesso. E as charangas tem dificuldade de se adaptar. 

PRAÇA MAIS VAZIA

Estranhamente o movimento na praça foi menor. E eu achava que seria um dia megalotado. Acho que até na sexta tava mais cheio. Acho que muita gente se cansou. Tem muita gente também que curte o carnaval durante o dia, toma todas e nem aguenta sair à noite. Tem também aqueles que não são adeptos do carnaval de bandas de axé na praça e preferem fazer seus carnavais particulares ou familiares perto de casa. 

SHOW DA BANDA BATUK GERAIS

Antes de chegar a praça, de longe, já reparei algo de familiar no som. Quando cheguei perto entendi por que. O vocalista principal era o meu amigo TOPETE, de São Gonçalo do Rio Abaixo. Topete é grande músico, compositor, cantor, já viajou o mundo tocando.Topete tem uma mão direita muito boa e uma voz parecida com alguns cantores baianos como Luiz Caldas e Gilberto Gil. A banda apostou em um repertório de standarts do axé e da MPB, arriscando-se até em sucessos do rock nacional. Alternou bons e maus momentos. Quanto tocava músicas swingadas se saia melhor. Nos rocks ficou mais dura, perdia o remelexo. Em comparação com as bandas de sexta e sábado, talvez tenha faltado mais apelo visual. O Tequila Baiana tinha um vocalista grandona que sensualizada e fazia aqueles passinhos conhecidos. Ferreti também anima muito, sensualiza e ocupa bem o palco com sua presença. 

PARABÉNS À MARY EVENTOS MAIS UMA VEZ

Gostei do fato da MARY estar circulando os bons artistas da região. A Banda Agá é de João Monlevade. O Kigingado é de Itabira. A Batuk é de São Gonçalo do Rio Abaixo. Maniele Ferreti é de Ipatinga. Só a Tequila Baiana parece ser baiana mesmo, mas a própria Mary pode nos dizer melhor. 

MUITOS VENDENDO BEM, OUTROS NEM TANTO...

Pelo que percebi, alguns na praça estavam vendendo até bem. Outros reclamavam que estavam vendendo pouco. Algumas barracas tinham um exército atendendo.Outros tinham apenas uma pessoa atendendo. Alguns atendiam com presteza e bom humor. Outros com cara fechada e má vontade. É a vida.

CARRO DEPENADO

Tivemos pouquíssimas ocorrências. Mas teve um carro que teve os 4 pneus roubados. Como é que esse povo conseguiu isso sem que ninguém percebesse? Teve moto roubada também. Pelo menos não tivemos brigas ou acidentes.






domingo, 7 de fevereiro de 2016

Sábado de Piranhas, Colibri, axé, samba e funk

PIRANHAS ALVOROÇADAS DESDE CEDO

Como resido na rua de cima, já comecei a ouvir o movimento da piranhas desvairadas desde a parte da manhã, quando as primeiras moçoilas de ocasião começavam a beber bem cedo. Enquanto a tarde ia caindo, continuaram a descer meninas com seus rabelos rosa, cabelos verdes, muitas mulheres barbadas, alguns gays também no meio aproveitando a maré, tinha de tudo. Se Noé parasse a arca na praça do Caldeira teria muitos espécimes pra salvar do dilúvio. A tribo foi juntando até que a primeira onda do cordão humano apontou da rua de baixo. 

FUNK GANHOU DA CHARANGA DE NOVO

Rapaz, mas a charanga da rua de cima subiu na velocidade 8. A turma na frente também pulava com energia. Deu pra perceber que havia muito mais gente que no bloco do Saco Sujo no dia anterior. Fiquei na dúvida se haveria também uma segunda onda com carro de som...e ela veio. Atrás de uma caminhonete pequena veio o som pancadão que arrastou mais um cordão com milhares e milhares de pessoas. Mais uma vez o carro de som arrastou mais gente que uma charanga inteira. Como disse uma menina, deve ser por que a charanga não toca música pra sensualizar. Mas é um fato pra gerar uma reflexão por parte de todos...

A BATERIA COLIBRI

Emocionante ver a turma da Bateria Colibri irrompendo pela Av Padre José Marciano apesar dos diversos obstáculos pelo caminho, dos carros de um lado e outro da rua, de um enorme caminhão estacionado, contra todos os problemas, mas com uma garra impressionante. Foi emocionante a passagem da bateria em frente ao Ninho da Águia, tocando os Bambas do Gaspar e emocionando a galera presente.Alguns choraram de emoção.A Banda Colibri, além de apresentar seu samba pelas ruas, tocou várias músicas populares, conclamou as pessoas a cantar junto e encantou a todos. Quem sabe nos próximos anos a cidade não invente uma avenida, um local apropriado para que as escolas possam fazer seus desfiles com o brilho que merecem? 

SHOW DE MATIELE  FABRETTI

Primeira impressão é foda. Ao ver a foto do moço, imaginei que era apenas um desses garotos bombados pra levantar a líbido feminina. Ele também faz esse efeito. Mas tem um astral pra cima, segura o show muito bem com swing e com um repertório de um sucesso atrás do outro enfiado, sem descanso. Gostei bastante de alguns músicos da banda. Principalmente do baixista, muito bom mesmo. Da cozinha também, do excelente baterista e percussão. Achei a banda melhor que da TEQUILA BAIANA. Mais ensaiada, mais firme nas viradas, nas convenções. 

PECADO

Não pude ficar pra ver a apresentação da Clara Rezende junto com o Matiele. Fiquei enquanto pude mas o sono e cansaço me venceram. Imagino que alguém gravou e vai postar pra gente compartilhar. Não vi também as apresentações de dança nos intervalos.

O PÚBLICO

Disseram-me que em anos anteriores tinha mais gente. Como não vim nos últimos dois anos, tive a impressão de que estava bem cheio.Ao circular pela praça, mais uma vez me senti meio estrangeiro. A gente anda, anda e não vê gente conhecida. Tinha foliões de várias cidades. Vi pessoas reclamando que tem tanta gente de fora que não sobra espaço pros da terra. Sei que de uma maneira ou de outra, as pessoas vão se juntando por afinidades. As tribos se juntam de forma natural pela fisionomia ou pelos gostos. 

O LADO PODRE DO CARNAVAL

As pessoas fizeram as ruas próximas a praça de mictório, fumódromo, motel, ponto de vômito, depósito de lixo. O pior é o cheiro forte de urina. A praça também fica melada de tantos líquidos e tanta comida consumida e dos restos que as pessoas infelizmente não tem aquele cuidado de acondicionar. Tomara que a prefeitura esteja bem preparada pra lidar com isso. É um baita trabalho que ninguém nota.

DICA PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Achei que ficou boa a estrutura em termos de atendimento, comi e bebi bem. Mas não seria melhor se as barracas estivessem fora da área da praça? Não seria melhor montar uma praça de alimentação e tirar esse movimento de um ponto tão próximo do palco? Posso estar falando besteira. Corrijam-me se eu estiver errado.

MARY EVENTOS

Segundo dia, boa organização e mais um show que parece ter agradado em cheio. E amanhã também tenho certeza que vai agradar, pois a Banda Aga Plus é um espetáculo. A empresa vem construindo uma reputação bacana, com qualidade e boas referências.

A SEGURANÇA

O pessoal comentava na praça que havia um contingente pequeno de policiais. Eu não vi tantos policiais, mas vi alguns misturados à multidão. Imagino que eles tenham suas estratégias pra lidar com esses tipos de evento, com estimativas de público e táticas bem definidas. O que esperamos mesmo é que as pessoas se comportem bem, a ponto de não precisarmos da polícia. 


sábado, 6 de fevereiro de 2016

SEXTA DE CARNAVAL - PAZ, AMOR E FUNK

SACO SUJO: SÓ O NOME E A TRADIÇÃO

O Bloco do Saco Sujo continua com o nome por causa da tradição, de sair da rua de cima e tudo. Mas não apareceu ninguém com os sacos de mauá pintados. A pensar para o próximo ano mudar o nome do bloco. Se fossemos pensar na política, podia se chamar Bloco do Saco Cheio. Mas foi legal.Pintaram muitas pessoas formando pequenos blocos, com abadás ou fantasias. Diziam que seria também bloco dos pijamas, mas também apareceram poucos banhistas. Não sei  qual a estimativa da polícia. Devia ter entre 1000 e 1500 pessoas. Para uma sexta-feira, considerei satisfatório.

CHARANGA X FUNK

Quando o bloco passou, puxado pela charanga, achei até que tinha pouca gente. Umas 600 pessoas. Porém houve uma divisão do bloco. Uma parte seguiu a frente com a charanga. Mas o povão mesmo veio um pouco mais atrás seguindo um carro de som tocando funk. Incrível isso. A maioria preferiu seguir o funk com som mecânico que a charanga com diversos instrumentistas. 

EXPLICAÇÃO FEMININA

Eu vi uma menina comentando o seguinte. "Na charanga só toca aquelas músicas antigas do tempo dos nossos pais. Aquelas músicas não dão pra sensualizar". Tá explicado então.

TUDO É MÚSICA DE CARNAVAL

Antigamente as pessoas consideravam músicas de carnaval apenas as marchinhas, marchas rancho e os sambas. Depois apareceu o Axé e colocou a Bahia no mapa da folia. Mas hoje em dia, tudo é música de carnaval. Sertanejo é carnaval, funk é carnaval, arrocha é carnaval, rock é carnaval. Vale tudo. E convenhamos: isso é bom. Abre o leque e cada um faz a festa como quiser. 

ALEGRIA NA PRAÇA

Os blocos desembocaram na Praça São Sebastião e a festa continuou por lá. Era difícil caminhar entre o 2001 e o Dolfo. Do Dolfo até o Nicks havia mais espaço. A estrutura montada funcionou muito bem. Consegui comer muito bem, tem muitas opções de lanches, de bebidas. Tem atrações pra todo mundo.

MUUUUITA GENTE DE FORA

Caminhei por um bom tempo sem identificar ninguém conhecido. Muitas mulheres principalmente. E uma galera bonita e sarada. 

A BANDA TEQUILA BAIANA

Gostei da banda também. É desagradável aquele lance da banda passar som com o público presente, mas no caso do carnaval é inevitável. Quando a banda  começou pra valer, apresentou o mesmo pique do início ao final do show. A alegria baiana é contagiante. A cantora tem aquela voz grave típica das ivetes e claudias leites da vida. Desfilou todo o incrível repertório que o Axé produziu ao longo dos anos, fazenda a alegria do povo. Destaque para o baixista ( os baixistas  baianos são os melhores), para a vocalista principal e para a percussão.

SHOW DE UMA DANÇARINA ALVINOPOLENSE

Em certo momento do show, percebi no palco uma presença diferente. Pensei comigo: Uai, eles então tem uma dançarina que faz uma performance durante os shows? Era uma morena bonita com um swing incrível mandando ver. Só depois percebemos que trava-se de uma garota de Alvinópolis que foi convidada ao palco. Depois a cantora teve de convidá-la a descer do palco, senão ela roubava o show. Como dança a danada.

NOTA 10 PARA OS FOLIÕES, PARA A ORGANIZAÇÃO, PARA A POLÍCIA MILITAR.

Quanto o clima é positivo tudo tende a dar certo. Parece que a Mary Eventos é uma empresa muito organizada e séria. Trouxe um bom palco e pelo menos o primeiro show parece ter agradado a galera presente. Parabéns também aos organizadores da estrutura da praça. Tudo funcionando a contento. Parabéns também a polícia militar, que tem sabido manter a ordem sem excessos. E também ao público, que deu pouco trabalho para as autoridades. Que continue assim e que tudo continue transcorrendo com paz, amor e muita alegria. E vamos para o sábado, que tá prometendo...