Década de 70. Éramos crianças em Alvinópolis quando foi lançado o Kichute. Foi uma febre. Eu adorava jogar bola e o kichute era uma mistura de tênis com chuteira. A sedução pra meninada foi uma coisa de louco. Eu já começava a ver os primeiros colegas com os cadarços amarrados pelas pernas acimas. E não é que pai apareceu lá em casa com dois kichutes? Eu não acreditei. Acho que dificilmente um calçado que eu tiver na vida vai suplantar o impacto que foi calçar um kishute. E coincidentemente ganhei o danado na época de carnaval. Foi aí que descobri mais uma grande utilidade pro tênichuteira rústico e chulezento. Era ótimo para participar dos carnavais da meninada. Sempre tinha aqueles avacalhadores que entravam no salão e encontravam um jeito de te dar um bicão. A vingança com o bico do kichute era maligna...
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
TÁ FALTANDO CORAÇÃO
A gente fica reclamando que as festas estão acabando, mas o que tá faltando é coração. Tá faltando pessoas apaixonadas, que se unem por ideais comuns. Nos antigos carnavais tinha Tuôla e Aloísio. Eles movimentavam os clubes e o carnaval de rua. E tinha Zé Luiz e Bastião de Olga. Tinha o BAG onde todos tocavam com o coração.
Os melhores festivais, tiveram João Carlos de Souza Carvalho na prefeitura. Ele tinha o festival no coração. Fazia com um amor abnegado. Quem falou que prefeitura não faz cultura? Basta que haja alguém com coração. Nas boas exposições agropecuárias havia grande entusiasmo por parte dos produtores, havia competição e... coração. As primeiras Festas da Chita foram estupendas. Sabem por que? Por que havia coração. Havia, me desculpem, tesão. As coisas eram feitas com tanto carinho que encantavam a todos. Meu amigo Dindão de Rio Piracicaba sempre falou isso: as coisas pra irem pra frente precisam de coração. E ele também era um dos mais entusiasmados com a festa da chita. Ele dizia: Alvinópolis finalmente criou uma festa que vai ser tipo a festa do vinho em Catas Altas. Vai virar referência. Mas parece que tiraram os corações. Lembro-me das antigas cavalgadas também. Aqueles cavaleiros saiam pela cidade num entusiasmo enorme. Alguns moradores não gostavam. Achavam que os animais sujavam a cidade. Mas quem amava colocava coração. Esses eventos todos foram desaparecendo por que faltou coração. Por parte das lideranças e também por parte do povo, que aceita passivamente a decadência e extinção das tradições.Ainda bem que a turma do congado continua com o coração centenário em dia. Por isso quero conclamar os Alvinolenses. Precisamos restaurar o coração da cidade. Quem topa?
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