segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

MEMÓRIAS CARNAVALESCAS

Fragmentos de memórias do nosso carnaval

Hoje me vieram vários fragmentos de memórias do nosso carnaval.

A primeira imagem que me vem à cabeça é de dois homens que apareceram fantasiados de astronautas. Tinham uma roupa bacana e um tubo de oxigênio que ficava cheio de cachaça. Eu era muito pequeno, mas não esqueço disso.

Depois, lembro-me dos carnavais do Industrial e Alvinopolense e a pororoca das águas azuis e preto e brancas.

Vira que mexe alguém perdia alguns dentes.

Nesta época já começava a florescer a genialidade de Bastião de Olga, um personagem extremamente criativo e que levava sempre uma crítica política, sempre com bom humor.

Jamais me esquecerei também de algumas figuras que se vestiam de mulher, Por exemplo o Dô de Zé Carvalho, com seu indefectível fio dental. Não me esqueço também de Bolão vestido de mulher. Uma madame chique.

Não estavam caçoando, tipo a turma das piranhas com duas laranjas fazendo as vezes de seios. Nada de maquiagem ridícula. Era uma mulher perfeita. Fiquei reparando aquela figura passar. Caminhava com elegância e vivia mesmo a personagem.

Não me esqueço também do Baiano de Antonino vestido de mulher. Caprichou na peruca, na maquiagem e nos trejeitos. Deitou-se na grama da baixada e ficou fazendo poses, caras e bocas.

Marcelo Xuxa também é uma peça. Uma vez teve uma idéia: saímos de trio elétrico. Um com uma lâmpada, um com interruptor e outro com uma pilha.

Uma vez saímos de AC-DC no Carnaval. Dois com guitarra e o Xuxa era o vocalista, cantando letras impublicáveis. Não dá pra esquecer também do Azeitona, o "home" mais forte de Alvinópolis depois de Ricardão. O homem vivia num carnaval o ano inteiro e principalmente nos fins de noite de Alvinópolis, só que no carnaval soltava as frangas de verdade.

E Tuôla? Carnavais memoráveis aconteceram no clube erigido pelo saudoso dirigente. Os bailes no "pouca roupa" eram muito bons pra namorar. O salão ficava lotado de gente e a onda humana ia rodando, rodando e a gente ficava ali, aguardando a menina que nos atraísse passar pra sair atrás dela, com as mãos em suas cadeiras num trenzinho.

Haviam também os bailes no industrial, mas sem dúvidas, o Alvinopolense é que era o clube da moda.

E DicoSurdico, o homem trovão?

Dico com seu surdão era uma escola de samba sozinho. O Homem tinha um preparo físico invejável e passava quase o dia inteiro tocando surdo com qualquer batuque que passasse. Foi um dos integrantes do BAG, maior bateria de samba que a nossa região já viu.

Outra coisa muito bacana que vi nascer foi o Bloco do Saco Sujo, uma ação de uma turminha da Rua de Cima, de Liêda, Ricardão, Tom João e outros.

Era muito interessante no início, pois todos queriam se expressar através do que pintavam nos sacos. Cada frase que saía.

Eu mesmo saí com uma frase escrita "a Parte Alta abandonada pede socorro". É que na época a Rua de Cima estava cheia de mato e houve um movimento reivindicando mais atenção para a parte antiga. O Bloco do Saco Sujo durante muito tempo foi um sucesso, o bloco mais esperado, que abria o carnaval.

Lembro-me que em um dos carnavais de Alvinópolis, saí mascarado, tomando vodka e cinzano com Ricardão. No meio do trajeto, já estava no maior zinabre e passei a mão no ombro de uma menina e fomos pulando. Como ela não tirou a minha mão, continuei com ela. Descemos juntos até a praça da baixada, de máscaras. Quando lá chegamos e fomos tirar as máscaras, tratava-se de uma ex-namorada, com que eu havia terminado há duas semanas. Acabamos nos beijando e tivemos uma recaída de mais uns 2 meses.

Outra coisa que sempre gostei nos carnavais foram as furiosas. Adorava as bandinhas com suas batucadas e aqueles músicos heróicos que tocavam as músicas de todos os carnavais.

Mas história inesquecível mesmo eu vou contar agora.

Certa vez, o Industrial estava numa fase muito boa, com muito dinheiro para gastar. Já o Alvinopolense estava de caixa baixo. A turma do pouca roupa o olhava de longe e via o movimento, os carros alegóricos sendo criados, as fantasias. Iria ser um banho, pois o pouca roupa não tinha dinheiro para nada. Já viu como é né?

O Alvinopolense estava sem dinheiro e não pôde sair, mas a turma do Gaspar não iria querer perder e entregar a rapadura.

Assim foi criado o CIDA ( não me lembro o que queria dizer a sigla), um bloco que deveria desfilar e mostrar que os "Bambas do Gaspar" eram os maiorais, com ou sem o Alvinopolense. Só que não tinham dinheiro para competir com a turma da Baixada.

O que fazer?

Tiveram uma idéia genial. Criaram um carro alegórico com uma menina desfilando com os seios de fora. Foi um achado. Como nas transmissões dos carnavais na TV os seios já estavam invadindo as telas, não houve grande clamor moral, mas mesmo assim, ter uma mulher rebolando e com os seios de fora era demais para a sociedade Alvinopolense. Milhares de homens acompanharam todo o trajeto escoltando o caminhão e os seios da mulher abafaram o Industrial. (acho que na Filmavídeo tem essa filmagem histórica).

Mas nosso carnaval teve algumas fases de baixa também. Durante algum tempo, a prefeitura só contratava bandas pra tocar no palco da praça e mais nada. Mas o espírito folião que andava adormecido voltou à ativa com força total. Prova disso é a força do bloco OS PIRATAS, que deve ser um dos maiores da região no momento. Como eu detesto aquela frase do "antigamente é que era bom", estou muito otimista com o carnaval de Alvinópolis, tenho certeza que a criatividade e o bom humor dos alvinopolenses estarão presentes, como sempre.


Obs - Fiz algumas modificações no texto considerando informações passadas pelos internautas do Mural do Alvinews. Tomei a liberdade de incluir essas postagens como comentários, que ajudam a elucidar fatos muito interessantes do nosso carnaval.


2 comentários:

Marcos Martino disse...

Reproduzo postagens que nos ajudam a elucidar as situações

do Totó em 21/02/2011 21:52

No afã de informar acabei cometendo alguns erros de digitação e erros na formação da frase!Mas corrigindo!O ano q ISC apresentou o desfile do sítio foi o mesmo em q o AFC resolveu homenagear o ano internacional da paz!O saudosos Tuola e Bastião de Olga resolveram fazer uma pomba, mas ficou parecido com um pato!E como o desfile do ISC foi realmente um show, os torcedores souberam tripudiar em cima dos alvi negros!Bons tempos aqueles carnavais!Só mais uma correção!eu digitei errado o sobrenome Mascarenhas,do grande e saudoso Juninho!Na época ele liderou a orquestra tocando saxofone tenor!Meu e-mail

De: Lalado em 21/02/2011 21:50
No bloco da CIDA eu lembro é de Todyto e Sô Lobo acompanhando o carro da mulher. Uma festa geral. Ê margarida, gostosa!! Azeitona estava loloio nesse dia, de shortinho. Alvinopolis só tem artista.O melhor carnaval sempre.

De: totó em 21/02/2011 19:22
Para: todos
Acabei de ler as colunas sobre os carnavais e gostaria de fazer apenas uma correção na coluna do Marcos!O desfile do CIDA e do Industrial,cujo tema foi o Sítio,não foram no mesmo ano!O CIDA desfilou em 1988 e foi criado por pessoas q não estavam satisfeitas com a admnistração de Tuola no AFC!Inclusive neste ano foi o ultimo carnaval q lotou o salão do AFC e teve a orquestra comandado pelo nosso saudoso Juninho Mascarenhas,ao lado de Teco Banda,Maurilio, João de Zito, Helinho e outros!E ele ainda deu o nome da orquestra de Band Aids,ja q a doença estava sendo mto falada na época!Qto ao desfile do ISC eu não posso precisar o ano!O q me lembro é q foi ano era considerado o ano Internacional da Paz e o AFC resolveu fazer uma pomba branca e o ISC fez um carnaval melhor!Nós torcedores do AFC fomos alvo de inumeras gozações por causa da pomba q se parecia com um pato!Esta é a história q me lembro!

Manuella Epaminondas disse...

Excelente espaço...
Parabéns, criticas fortes
de gente que tem personalidadde

http://manunatureza.blogspot.com/