terça-feira, 28 de julho de 2009

SE CONSELHO FOSSE BOM, NINGUÉM DAVA...MAS


Puxa vida. Deu gosto ver a nova geração no Festival de Música.
Quantos talentos florecendo, quanta potência.
Vejo claramente que a vocação existe, que a fertilidade é grande, mas temos de continuar regando.
O pessoal novo tem entusiasmo, tem o professor Rogério na rua de cima, tem alguns exemplos a seguir, mas carece de muitas coisas para um pleno desenvolvimento.
A primeira dessas coisas é a ausência de eventos e locais propicios a continuarem se apresentando.
A segunda é a falta de mais preparo no sentido do artista completo, que saiba ocupar os espaços, se movimentar, dançar no palco, se comunicar com o público, se vestir adequadamente e principalmente, vender o próprio trabalho.
Quando penso naquele vocalista da banda CASE, com seu vocal claro, com aqueles agudos, fico pensando no futuro do garoto, no quanto pode ainda evoluir. A banda inteira também.
Quando penso também naquela vocalista da banda SISTEMA CONFUSO (foto), com toda aquela coragem de ir pra cima da galera, com vocal seguro, com um suporte também correto da banda, também fico pensando no potencial.
Quando me lembro também da turminha mais novinha, do Ponto Morto, com aqueles meninos que precisaram de autorização dos pais para se apresentaram, como também aconteceu com as garotas Mariana e Júlia, duas pequenas sereias, com vozes e rostos de anjo.
Fico olhando pra essa meninada toda e fico pensando...qual o melhor conselho que eu poderia dar pra essa galerinha...e não me vem outra coisa à cabeça senão que leiam...leiam muito, mas muito mesmo. Leiam um pouco de tudo. Leiam os clássicos, leiam revistas, artigos, leiam na internet, absorvam bons conteúdos, leiam jornais, leiam a bíblia, leiam livros malditos, leiam auto-ajuda, leiam poesia. Garanto que absorvendo tantas coisas, haverá reflexão e mais conteúdos que virarão canções. E ousem. Façam diferente. Tentem temas que ninguém abordou. Tentem acordes, ritmos novos, misturar congado com rock, sertanejo com valsa e amem muito, pois nada inspira mais que o romance.
Bom...esses são os conselhos que lhes dou...mas se acharem que conselho não se dá, me mandem email que lhes passo o número da conta para depósito.

terça-feira, 14 de julho de 2009

INDUSTRIAL, O MELHOR TIME QUE VI JOGANDO


Me perdoem os Alvinopolenses roxos, mas o Industrial de Pininiquinho, Cosme, Luiz Bocão, Branco, Nivota e Ademir Xirumba foi o melhor time que vi jogar em Alvinópolis até hoje.
Sei que sou relativamente novo e assisti apenas a uma pequena parte da gloriosa história de nossos clubes, mas aquela geração jogava muita bola mesmo.
Minha memória é curta para lembrar detalhes, mas a exibição do Industrial nos 4x0 contra o Alvinopolense foi desconcertante e o escrete azul poderia ter feito até mais, tamanha a superioridade em campo, a maestria de Piniquinho, enfim, a exibição pra lá de perfeita (quem tiver, por favor, me envie a escalação daquele time).
Vale à pena falar de um por um.
Piniquinho era um craque de toques refinados, liso em campo, com passe açucarado e faro de gol.
Branco era um beque firme e sério. Não brincava em campo e tirava todas da área. Ficou famoso também pelas simulações de caimbras, quando dava um grito e fazia um cinema que enganava até as torcidas, tamanha a dramaticidade.
Nivota era o craque da sutileza. Chutava colocado, tinha um ótimo cabeceio, um bom passe e jogava muito com o calcanhar também.
Xirumba era o autêntico cabeça de área, que jogava plantado, também sério. Um cão de guarda no meio campo.
De uma geração posterior, não posso deixar de citar Luis Bocão, um beque muito acima da média, que sabia sair jogando como ninguém e tinha um poder de recuperação como poucos beques que vi jogar nessa vida.
Importante também citar Cosme, um centro-avante nato, na minha opinião o jogador que melhor fazia o papel de pivô que já vi jogar, além de ser goleador nato, com muita força física e velocidade.
Também não posso deixar de citar Carlinhos de Fonseca, que divertia a galera com seus dribles, quando caia pela direita e Didí de Quincas, um jogador que sabia utilizar os espaços vazios e que fingia ser lento para desequilibrar com sua inteligência acima da média.
Me perdoem outros craques de outros tempos, mas estes aí povoaram a minha juventude como heróis de uma época.
Me lembro de ir para os campos, com pai ou com os amigos, levando meu radinho de pilha pra ouvir o Cruzeiro e sempre pensava comigo: puxa vida...esses caras se jogassem no Cruzeiro iriam fazer sucesso.
Branco chegou até a jogar no Valério Doce. Lembro-me de ouvir uma partida entre Cruzeiro e Valério e do locutor gritando:- Espana Perfumo de qualquer maneira. Ele tinha esse apelido por causa da semelhança com o futebol de um becão do River Plate da época, que depois chegou até a jogar no Cruzeiro.
Ah...não posso também me esquecer de alguns eternos cascudões como Dico de Caitanim e Toão João. O nosso Tão João jogou no titular por várias vezes e acho que Dico também. Mas brilharam mesmo foi no cascudão. Tão João fazia gols de todo jeito e era um cracão no campim da rua de cima. Não entendia porque não pegava titular no Industrial. Dico também pra mim era craque. Uma vez foi jogar pelada no campim da rua de cima com a gente e me deu 12 chapeuzinhos.
Bom...mas ouvindo assim, a turma pode pensar...uai...mas Marcos, filho de Tone Anemia que é Alvinopolense doente, sobrinho de Babucho, de João de Vina, primo de Joãozinho...é Industrial?
Mas aí é que tá. No que diz respeito a Alvinópolis, gosto dos dois times.
Não posso negar que convivi por mais tempo com a turma do Industrial e como cruzeirense doente, tenho uma tendência para o azul.
Mas também aprendi a gostar do Alvinopolense.
Fiz muita amizade com Tuôla, participei de carnavais e fiz hinos pra escola de samba do Alvinopolense e fiquei com o coração dividido.
Depois, tive a oportunidade de participar de duas epopéias que foram o empate de 2x2 no campo do Alvinopolense, quando gravamos o jogo com equipamento do Bife. Não sei se ele ainda tem essa gravação. Mas foi engraçadíssima.
E logo depois, gravamos os incríveis 3x1 no campo do Alvinopolense.
Mais a minha visão dessas partidas, fica para a próxima postagem...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

PAULO MOREIRA NOS INVENTOU


Não haveria esse Blog, nem eu, nem você que esta lendo.
Não haveria Cia Fabril Mascarenas, nem Bio Extratus.
Não haveria prefeitura, nem Alvinopolense, nem Industrial.
Não haveria Bambas do Gaspar, nem Adeus Marinha,
Não haveria Alvinópolis, não fosse o Sr Paulo Moreira.
Ele chegou por aqui ainda nos tempos do império, se instalando e começando a colonização da região.
Fico imaginando como seria nosso vale ainda selvagem, sem praça São Sebastião, sem Vila Manuel Puig, sem Souza, sem Rua São José, sem Maternidade e sem cemitério.
Sinto que existe uma lacuna a ser preenchida, uma história ainda por contar, que demanda muita pesquisa e algum romance.
Deveríamos homenagear, lembrar o pioneirismo de nosso fundador.
Quem sabe com uma estátua numa praça, que poderia ser a São Sebastião, Bias Fortes ou mesmo na entrada da cidade.
Poderia haver também um feriado municipal, o dia do pioneiro, com hora cívica e tudo.
Nossa juventude é carente de heróis, de grandes personalidades em que possa se espelhar.
Um herói pioneiro, ousado, desbravador seria um belo exemplo.
Dizem as lendas que nas noites de lua cheia, ele galopa pelas ruas num cavalo de fogo, brandindo sua espada .
Deus queira que um dia possamos encontrá-lo , para quem sabe agradecê-lo por sermos quem somos e pelo tesouro que é esse vale da fertilidade, onde plantamos e colhemos tantos sonhos.

E para quem tiver curiosidade, cheguei a compor uma música chamada SAMBA DO PIONEIRO.
Só clicar no link abaixo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

UM PADRE PRA LÁ DE BENTO.

Alvinópolis teve Padres muito importantes.

Teve o Padre José Marciano, que tem até nome de rua.

Teve o Padre Jairo, de grande cultura, afeito ao teatro e a música.

Teve o Padre João Bosco, que dá nome a charmosa pracinha da matriz e que nos deixou em desastre fatal.

Teve o Padre Olavo, popularmente conhecido como Padre Olau, que gerou muita polêmica em sua época.

Mas para mim, o mais marcante de todos foi o Padre Bento.

Mais marcante não só por ter sido o pároco de minha juventude, mas por algumas características especiais.

Primeiro por sua história de vida.

Antes de se ordenar Padre, envolveu-se com todos os tipos de pecados, com bebida, com mulheres, até tornar-se mendigo, andarilho sem destino.

Mas depois de conhecer o inferno da miséria humana, Joaquim reergueu-se e formou-se Padre, dando um exemplo muito importante para uma geração inteira, de que sempre existe esperança, mesmo nas situações mais difíceis.

Mas Padre Bento ou Padre Joaquim tornou-se um Padre diferente.

Tinha atitudes que fugiam do comportamento austero da maioria dos padres.

Lembro-me de suas missas musicadas, de sua alegria contagiante.

Gostava de usar a linguagem de juventude em seus sermões e sempre convidava o “Verde Terra” para tocar nos eventos da igreja, o que muito nos alegrava também.

As procissões na sua época também eram maravilhosas, bem como as festas do Rosário.

Outra característica interessante é que gostava de freqüentar a vida social da cidade, ia a bailes, dançava com as moças, o que por um lado escandalizava um pouco os mais tradicionais, mas por outro lado, humanizava, aproximava Joaquim dos irmãos.

Jamais me esquecerei da primeira vez em que o Verde Terra se apresentou fora de Alvinópolis e o Padre praticamente patrocinou nossa viagem do próprio bolso, nos dando grande incentivo e um crédito de confiança do qual jamais nos esquecemos.

Depois, em trabalhos escolares, ainda tive o prazer de entrevistá-lo algumas vezes, pois sempre inventava um jeito de ouvir suas opiniões que misturavam religiosidade com filosofia, tudo de um jeito próprio, com a visão de quem conhece as coisas da vida e os mistérios da fé.

Padre Bento terminou os seus dias terrenos em pleno exercício de profissão.

Lembro-me de suas últimas missas, quando já debilitado pela doença, tinha apenas um fio de voz, mas buscava forças no fundo da alma para cumprir sua missão na terra, de espalhar o bem, de quebrar determinados moldes que nos engessavam num tempo passado, levantando a sociedade alvinopolense um passo adiante.

(Obs: Escrevi este texto à partir do meu particular ponto de vista, mas será interessante que alguém que conhece mais profundamente a história desses padres, escreva para nos elucidar mais à respeito).


terça-feira, 7 de julho de 2009

OS ANJOS SÃO IMORTAIS


A Banda República dos Anjos deu um pause, mas não um stop...ou the end.

Por força das circunstancias, dos destinos tortos da gente, do esquartejamento que a vida nos impôs, estamos cada um num ponto diferente do Planeta.

Quer dizer, estamos todos nas américas, mas o Guilherme, guitarrista e mestre das cordas está lá na terra do Obama, aquele país que outrora foi branco, mas que hoje tá mais negro e pardo .

Outro anjo está no norte do Brasil, no Ceará, terra do sal, do forró e dos grandes comediantes.

E eu, fiquei do lado de cá das montanhas, mineiro encimesmado...ou ensimesmado...sujeito preso em si, caipira que não pirafora, preso à gravidade dos minérios e da terra.

Mas depois desse pause, estamos voltando a compor... e já temos duas novas faixas a caminho.

Uma das faixas chama-se DE GRAÇA. É uma canção que nos chama à reflexão de que no mundo consumista em que vivemos, as melhores coisas da vida ainda são as naturais, os poderes dos sentidos, portanto gratúitos. A moral da história e a grande ironia da constatação é que apesar de toda tecnologia e do conforto proporcionado pela vida moderna, as melhores coisas da vida são De graça ...ou por graça, dependendo da fé do sujeito.

A segunda faixa é FAÇAM SUAS APOSTAS. Trata-se também de uma canção de reflexão espiritual, sobre o sentido da eterna guerra entre o bem e o mal , discorrendo sobre o fato de que além das teses de simplificação maniqueista, pode existir um perigo maior, até do fim de toda a civilização como conhecemos.

São apenas duas canções por enquanto. Temos muitas outras canções, mas não sabemos bem porque, essas duas nos bateram mais fundo no momento.

Mas outras canções virão.

A idéia é criarmos um disco conceito chamado AMERICAZ...já que estamos em pontos diferentes do gigantesco continente americado. Os do norte, engraçado, nem nos consideravam América...mas a história está tratando de fazê-los nos engolir...que nem os Dalits da India.

Dentro em breve estaremos disponibilizando essas músicas para que possamos interagir um pouco mais.

Um abraço a todos.



sexta-feira, 3 de julho de 2009

Somos todos presidiários

O ser humano sempre sonhou com a liberdade.

Nada mais utópico!

Pouquíssimas, raríssimas vezes na vida temos essa sensação de despreendimento.

Mal nascemos e já somos engaiolados.

Primeiro, por que os pais se apressam em nos ensinar as regras para a convivência no mundo civilizado.

Assim, vamos aprendendo principalmente o que não pode.

Depois, vamos para a escola, para de novo aprendermos o que não pode.

A igreja então nem se fala. Mais uma grande coleção de não podes.

Depois, além de todos dessas interdições institucionais, aprendemos os não podes dos embates humanos, as malandragens para não nos darmos mal na política do dia-a-dia.

Quando tentamos caminhar, vemos que é impossível, pois temos várias bolas de ferro atadas aos calcanhares.

Pra completar, vem o casamento, os filhos, o trabalho.

Uma nova coleção de bolas de ferro.

Mas tem mais. O mundo capitalista também nos pega pelo pé, com suas mensagens que nos deixam mal se não acompanhamos as atualizações tecnológicas, se não nos endividamos para fazer girar a roda do consumo.

Portanto, meus amigos, a escravidão não acabou. Apenas mudou de nome.

Os ferrolhos high tech de hoje em dia são mais sutis, porém mais eficientes.

E olha que nem falei das grades, alarmes e tetrachaves em nossas casas.

E olha que nem falei que todos os telefones do planeta estão grampeados.

Talvez seja esse o sentido da palavra purgatório, que tem tudo a ver com penitência, que por sua vez remete à penitenciária.

Somos todos presidiários.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

PATOS NO PARQUE DE DIVERSÃO


Desde muito tempo alguns amigos e até meus irmãos vinham me avisando:

Marcos, não escreva textos nos murais dos sites de Alvinópolis assinando seu nome!

Não se exponha!

Mas eu, pisciano teimoso que sou, muitas vezes escrevi assinando, polemizando, abrindo o coração e explicitando opiniões.

O resultado é que levei vários tiros de alguns pseudos, que por razões que desconheço, não gostam de mim e fizeram questão de pisotear na minha reputação, desimportante na verdade, mas construída com alguma arte. Imagino que a motivação possa ser política, mas pode ser simplesmente antipatia gratuita.

Um sábio conselheiro de muitos anos uma vez me disse: não se constrói nada nessa vida sem arranjar um inimigo.

No momento em que ele me falou isso, considerei um baita exagero, mas a vida me ensinou que ele tinha razão.

Eu devia ter até aprendido comigo mesmo, afinal, escrevi na letra da música “ Do outro lado do espelho: “Um prazer que vem é uma dor que vai”...quer dizer, vitória minha será tristeza pra quem me odeia...e vice e versa...minhas quedas também serão comemoradas pelos detratores.

No calor...ou na frieza daqueles dias, me senti fragilizado e agi de forma intempestiva.

Escrevi certos textos um tanto amargos e fui até recriminado por alguns amigos fieis, que me acusaram de ter exagerado nas tintas.

Concordo que nunca devemos nos expressar quando em situação de desequilíbrio psicológico. Relendo os textos daquela época, vejo que o pessoal tem razão, que eu não podia julgar os justos pelos atos dos insensatos. Fui passional e negativo ao extremo.

Espero sinceramente que me desculpem os que se sentiram atingidos de alguma forma.

É que eu estava me sentindo naquela hora que nem esses patos de parque de diversão, alvejados e atingidos e ainda tinha o agravante de não saber quem estava atirando.

O que nos assombra...


Podemos ter tudo o que precisamos, estudar em boas escolas, ter a geladeira cheia, uma boa casa, uma família amorosa, mas...mesmo assim, vivemos assombrados pelo medo do futuro.

Como é difícil vivermos o hoje, sem sermos assombrados pelo amanhã.

Amanhecemos com a angústia do porvir.

Com medo de que o amanhã possa nos levar o que temos, mesmo sabendo que isso é certo, afinal, amanhã será a morte.

Mas também podemos ser como árvores e espalharmos nossas sementes.

Nossos pensamentos também são sementes.

Se pensarmos o amanhã como uma floresta, como um pomar que dará frutos e alimentos , podemos até nos confortar.

Mas não tem jeito!

Vivemos imersos no pragmatismo consumista.

Dentro dessa ótica, de nada valem palavras altruístas, edificantes.

Meu Deus, me ensine a viver o hoje com todo o sabor, sem o gosto amargo do medo do amanhã.