Me perdoem os Alvinopolenses roxos, mas o Industrial de Pininiquinho, Cosme, Luiz Bocão, Branco, Nivota e Ademir Xirumba foi o melhor time que vi jogar em Alvinópolis até hoje.
Sei que sou relativamente novo e assisti apenas a uma pequena parte da gloriosa história de nossos clubes, mas aquela geração jogava muita bola mesmo.
Minha memória é curta para lembrar detalhes, mas a exibição do Industrial nos 4x0 contra o Alvinopolense foi desconcertante e o escrete azul poderia ter feito até mais, tamanha a superioridade em campo, a maestria de Piniquinho, enfim, a exibição pra lá de perfeita (quem tiver, por favor, me envie a escalação daquele time).
Vale à pena falar de um por um.
Piniquinho era um craque de toques refinados, liso em campo, com passe açucarado e faro de gol.
Branco era um beque firme e sério. Não brincava em campo e tirava todas da área. Ficou famoso também pelas simulações de caimbras, quando dava um grito e fazia um cinema que enganava até as torcidas, tamanha a dramaticidade.
Nivota era o craque da sutileza. Chutava colocado, tinha um ótimo cabeceio, um bom passe e jogava muito com o calcanhar também.
Xirumba era o autêntico cabeça de área, que jogava plantado, também sério. Um cão de guarda no meio campo.
De uma geração posterior, não posso deixar de citar Luis Bocão, um beque muito acima da média, que sabia sair jogando como ninguém e tinha um poder de recuperação como poucos beques que vi jogar nessa vida.
Importante também citar Cosme, um centro-avante nato, na minha opinião o jogador que melhor fazia o papel de pivô que já vi jogar, além de ser goleador nato, com muita força física e velocidade.
Também não posso deixar de citar Carlinhos de Fonseca, que divertia a galera com seus dribles, quando caia pela direita e Didí de Quincas, um jogador que sabia utilizar os espaços vazios e que fingia ser lento para desequilibrar com sua inteligência acima da média.
Me perdoem outros craques de outros tempos, mas estes aí povoaram a minha juventude como heróis de uma época.
Me lembro de ir para os campos, com pai ou com os amigos, levando meu radinho de pilha pra ouvir o Cruzeiro e sempre pensava comigo: puxa vida...esses caras se jogassem no Cruzeiro iriam fazer sucesso.
Branco chegou até a jogar no Valério Doce. Lembro-me de ouvir uma partida entre Cruzeiro e Valério e do locutor gritando:- Espana Perfumo de qualquer maneira. Ele tinha esse apelido por causa da semelhança com o futebol de um becão do River Plate da época, que depois chegou até a jogar no Cruzeiro.
Ah...não posso também me esquecer de alguns eternos cascudões como Dico de Caitanim e Toão João. O nosso Tão João jogou no titular por várias vezes e acho que Dico também. Mas brilharam mesmo foi no cascudão. Tão João fazia gols de todo jeito e era um cracão no campim da rua de cima. Não entendia porque não pegava titular no Industrial. Dico também pra mim era craque. Uma vez foi jogar pelada no campim da rua de cima com a gente e me deu 12 chapeuzinhos.
Bom...mas ouvindo assim, a turma pode pensar...uai...mas Marcos, filho de Tone Anemia que é Alvinopolense doente, sobrinho de Babucho, de João de Vina, primo de Joãozinho...é Industrial?
Mas aí é que tá. No que diz respeito a Alvinópolis, gosto dos dois times.
Não posso negar que convivi por mais tempo com a turma do Industrial e como cruzeirense doente, tenho uma tendência para o azul.
Mas também aprendi a gostar do Alvinopolense.
Fiz muita amizade com Tuôla, participei de carnavais e fiz hinos pra escola de samba do Alvinopolense e fiquei com o coração dividido.
Depois, tive a oportunidade de participar de duas epopéias que foram o empate de 2x2 no campo do Alvinopolense, quando gravamos o jogo com equipamento do Bife. Não sei se ele ainda tem essa gravação. Mas foi engraçadíssima.
E logo depois, gravamos os incríveis 3x1 no campo do Alvinopolense.
Mais a minha visão dessas partidas, fica para a próxima postagem...
Nenhum comentário:
Postar um comentário