Não vivo num mundo à parte.
Transito por universos paralelos.
Sento-me com barões e com compadres
Tomo champagne e cachaça.
Converso sobre literatura e sobre futebol.
Tenho a mente faminta.
Cada universo tem suas leis
A legião que sou entra em curto
O poeta desaprova o publicitário
O matuto censura o nerd
O erudito odeia o popular
O pragmático ignora o romântico.
Os conflitos da humanidade
brigam em mim.
Minha bússola tem vários nortes
A ética é um caleidoscópio
Quem dera girá-lo e alcançar o branco
Da folha no cio, esperando o poema
Escrito com sangue azul da caneta
E sabe-se lá como classificá-los
Num confessionário, sem padre visível
Talvez pra São Freud, São Jung, São Cristo
No poço infinito do inconsciente
No poço infinito da mente de Deus.
Um comentário:
caro,
todo poeta é um ser baRROCO: PENDE ENTRE CÉUS E INFERNOS, ENTRE ANJOS E DEMÔNIOS, entre santos vários, entre sentimentos desvaairados e procuras de paz... todos somos esses anjos tortos, estes anjos gauches do drummond. todos somos santos e devassos- se os nortes são vários vários também são os sentidos e infindáveis e incontáveis os labirintos interiores... e haja lucidez e loucura nessazs viagens...
abraços do
Danilo.
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