Não sejamos hipócritas. De certa forma, somos todos mercenários. Uma vez empregados de alguém, estamos alugando as almas para esses patrões. Existe o termo “vender a alma ao diabo”, de tantas histórias e estórias, mas no nosso caso, acho o termo alugar mais apropriado. Na verdade, fazemos as vontades dos contratantes com prazo de validade e condições estabelecidas. Caso os termos acordados sejam rompidos, fica desfeito o contrato e cada um segue o seu caminho. A questão é que ao alugarmos nossas almas ou nosso trabalho para alguém, estaremos lutando por esse contratante em suas guerras pessoais, sejam guerras comerciais, políticas, jurídicas, enfim. E dependendo de nosso envolvimento, de nossas atitudes, ficaremos marcados pelos grupos adversários, que tentarão cortar nossas cabeças na primeira oportunidade. Não estou dizendo que deva ser diferente. Nem sei se dá pra ser. A ética é uma palavra bonita, mas na competição, na concorrência o que vale mesmo é o salve-se quem puder. Existem até algumas pessoas que conseguem jogar em vários times, fazer jogo duplo, triplo, múltiplo e pelo menos “fingir” que está tudo bem e que apóia todo mundo. Para essas pessoas, o negócio é deixar do jeito que está pra ver como é que fica ou torcer para que tudo exploda, para depois lucrar com os despojos. Há também os que procuram realizar seus trabalhos de forma fria ,profissional, porém sem vestir a camisa dos que lhe pagam, procurando manter a neutralidade até para não se comprometer, ficar em cima do muro e deixar todos os caminhos abertos. Eu não penso e nem consigo agir assim. Uma vez numa luta, não tenho medo de me expor. Além do mais, os afins se atraem. Intuo que o destino me levará para o lado certo, o lado do bem comum, o lado certo da força. Rezo todo dia pra isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário